Vietnã habilita frigorífico da JBS em Naviraí para exportação de carne bovina

O Vietnã habilitou mais duas unidades brasileiras para exportar carne bovina ao país asiático. Os frigoríficos da JBS localizados em Naviraí, no sul de Mato [...]

O Vietnã habilitou mais duas unidades brasileiras para exportar carne bovina ao país asiático. Os frigoríficos da JBS localizados em Naviraí, no sul de Mato Grosso do Sul, e em Senador Canedo, em Goiás, receberam a liberação nesta segunda-feira (15/12). Com a decisão, o Brasil passa a contar com quatro plantas autorizadas a vender cortes bovinos ao mercado vietnamita, todas pertencentes à JBS.

Além das unidades recém-habilitadas, também estão autorizadas as plantas de Mozarlândia e Goiânia, ambas em Goiás. A ampliação é considerada um avanço para o setor, especialmente diante do potencial do Vietnã, estimado em cerca de 300 mil toneladas anuais — volume equivalente a quase 10% das exportações brasileiras de carne bovina.

Apesar da liberação, o ritmo das habilitações segue gerando insatisfação entre os frigoríficos. Desde março, aproximadamente 100 plantas brasileiras já encaminharam a documentação exigida e aguardam análise das autoridades vietnamitas. O setor avalia que a lentidão compromete o aproveitamento pleno do acordo firmado entre os dois países.

O acesso ao mercado vietnamita foi oficializado em março de 2025. Em contrapartida, o Brasil concordou em abrir seu mercado para a importação de tilápia do Vietnã, medida que provocou críticas e resistência por parte da piscicultura nacional. À época, a JBS anunciou um investimento de US$ 100 milhões para implantar duas unidades industriais no Vietnã, voltadas ao processamento de carnes bovina, suína e de aves, utilizando matéria-prima brasileira para atender o mercado local e outros países do Sudeste Asiático.

Em entrevista concedida em novembro ao programa Pecuária e Mercado, do Notícias Agrícolas, o presidente executivo da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Paulo Mustefaga, afirmou que o acordo foi celebrado após a missão presidencial, mas ainda não havia se traduzido em resultados práticos. Segundo ele, até então, apenas uma empresa brasileira estava efetivamente habilitada a exportar ao país asiático, evidenciando a necessidade de continuidade das negociações.

Mustefaga também destacou que, embora a abertura de um grande mercado seja positiva, a concentração das exportações em poucos destinos representa um risco. Atualmente, cerca de 60% da carne bovina brasileira exportada tem como destino a China, o que torna a cadeia mais vulnerável a mudanças comerciais, sanitárias ou políticas. Para o setor, a diversificação de mercados, com novas habilitações e acordos efetivos, é estratégica para garantir maior estabilidade, previsibilidade e segurança às exportações.

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