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Turquia à Beira do Abismo Democrático: Prisão de Rival Político Incendeia o País

A Turquia enfrenta uma escalada de tensões políticas com a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, um forte oponente do presidente Recep Tayyip Erdogan. A detenção, sob acusações de corrupção, ocorre em um momento crucial, às vésperas das primárias que poderiam consagrar Imamoglu como [...]

A Turquia enfrenta uma escalada de tensões políticas com a prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, um forte oponente do presidente Recep Tayyip Erdogan. A detenção, sob acusações de corrupção, ocorre em um momento crucial, às vésperas das primárias que poderiam consagrar Imamoglu como o candidato do partido opositor CHP.

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As acusações contra Imamoglu, aos 54 anos e eleito três vezes prefeito de Istambul, seguem um padrão familiar em regimes autoritários: a remoção de desafiantes políticos através de processos judiciais questionáveis. Segundo o líder do CHP, Ozgur Ozel, o “único crime [de Imamoglu] é liderar nas pesquisas. Ele foi preso porque venceria a eleição.”

Apesar da prisão, a candidatura de Imamoglu não está formalmente impedida, mas enfrenta outros obstáculos. Seu diploma universitário foi anulado, requisito essencial para concorrer à presidência, e ele foi afastado da prefeitura. As acusações incluem formação de organização criminosa, suborno, extorsão e fraude em licitação.

Após a formalização da prisão, juntamente com outros 100 opositores, o prefeito convocou seus apoiadores a votarem nas primárias e a protestarem. “Eu nunca vou me curvar”, prometeu Imamoglu. A resposta foi imediata, com manifestações que já duram cinco dias e são consideradas as maiores da década. A repressão policial tem sido violenta, com mais de 1.100 pessoas presas e associadas a organizações terroristas. Dez jornalistas turcos estão entre os detidos.

Ainda que Erdogan não tenha anunciado oficialmente sua candidatura à reeleição, a Constituição turca limita os presidentes a dois mandatos de cinco anos. Ele já foi eleito três vezes, mas justifica sua terceira candidatura alegando que a primeira ocorreu antes da reforma constitucional de 2017.

A reforma de 2017 fortaleceu o poder presidencial, permitindo ao presidente nomear e demitir ministros, indicar juízes para o Supremo, emitir decretos e dissolver o Parlamento. Analistas veem a prisão de Imamoglu como uma manobra de Erdogan, que poderia antecipar as eleições de 2028 para buscar um quarto mandato. O prestígio de Erdogan está em declínio, em meio a uma crise econômica com inflação em torno de 50%. Nesse cenário, a popularidade de Imamoglu e sua capacidade de unir diferentes setores da sociedade representam um obstáculo significativo.

Fonte: g1.globo.com

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