Os Estados Unidos mobilizaram um contingente militar significativo para o sul do Caribe, composto por navios de guerra, um submarino nuclear, aeronaves de espionagem e aproximadamente 4.500 militares. A alegação oficial é a de uma operação de combate ao tráfico de drogas, mas analistas apontam para a possibilidade de uma intervenção contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
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A movimentação, que teve início em meados de agosto, envolveu o envio de pelo menos sete embarcações, incluindo um esquadrão anfíbio, e o sobrevoo da região por aviões espiões P-8. O governo americano, por meio da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, não comentou sobre os objetivos militares específicos, mas reiterou o uso de “toda a força” contra Maduro.
A justificativa para a operação reside na acusação de que Maduro lidera o “Cartel de los Soles”, classificado pelos EUA como organização terrorista, o que o torna um fugitivo da justiça americana com uma recompensa de US$ 50 milhões por sua captura.
O governo venezuelano, por sua vez, reagiu classificando a ação como uma “ameaça” e mobilizando suas forças militares e milícias em preparação para uma possível defesa.
Especialistas avaliam que o tamanho da frota enviada ao Caribe é desproporcional para uma simples operação antidrogas, sugerindo que o esquadrão anfíbio, por exemplo, poderia ser utilizado em uma invasão terrestre. Um analista político-estratégico da Marinha do Brasil comparou a situação com a tensão envolvendo o Irã meses atrás, afirmando que o volume de recursos militares transferidos indica uma preparação real para algum tipo de intervenção militar e não apenas um blefe.
A operação ocorre em um contexto de histórico interesse americano no petróleo venezuelano, nas relações do país com China e Rússia e no combate ao crime organizado. O Relatório Mundial sobre Drogas da ONU aponta, contudo, que as principais substâncias consumidas nos EUA não têm origem na Venezuela.