O Comitê de Política Monetária (Copom) justificou a manutenção da taxa básica de juros da economia (Selic) em 15%, decisão tomada em sua última reunião, realizada nos dias 16 e 17 de setembro. As incertezas no cenário econômico internacional e a moderação no crescimento interno foram apontadas como fatores cruciais para a decisão.
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Após um período de elevação das taxas, o Comitê optou por interromper o ciclo, visando avaliar os impactos acumulados das medidas anteriores. A estratégia, segundo o Copom, é manter a Selic no patamar atual “por período bastante prolongado” para garantir o alcance da meta de inflação.
O Copom ressaltou a importância de cautela na condução da política monetária, dado o cenário de incerteza. O Comitê manterá vigilância, avaliando se a manutenção da taxa de juros no nível atual por um longo período será suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta estabelecida. O documento destaca que os próximos passos da política monetária poderão ser ajustados, e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso seja considerado necessário.
No contexto internacional, a conjuntura econômica dos Estados Unidos e as tarifas impostas pelo país foram mencionadas como fatores externos com maior impacto, enquanto temas estruturalmente desafiadores tiveram um impacto menor do que o esperado na formação dos preços de mercado.
Internamente, o Copom observou que a atividade econômica doméstica apresenta sinais de moderação no crescimento. Estímulos fiscais ou de crédito ainda não geraram impactos relevantes para alterar este cenário. Pesquisas setoriais mensais e dados de consumo corroboram a perspectiva de uma redução gradual do crescimento.
Em relação à inflação, o Comitê expressou preocupação com as expectativas, que permanecem acima da meta em todos os horizontes, configurando um cenário adverso.
A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para atingir a meta de inflação. O Copom prevê que a variação da inflação, medida pelo IPCA, feche 2025 em 4,8%, ultrapassando a margem de tolerância estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A projeção para 2026 é uma variação do IPCA de 3,6%, com uma queda para 3,4% no primeiro trimestre de 2027, índices mais próximos do centro da meta.