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Tarifas dos EUA Causam Tensão e Alerta na OMC, Diz Itamaraty

O governo brasileiro, por meio do secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Gough, expressou forte preocupação na Organização Mundial do Comércio (OMC) em relação às tarifas consideradas “arbitrárias”, anunciadas e “implementadas de forma caótica”. O discurso, proferido nesta quarta-feira, não menciona [...]

O governo brasileiro, por meio do secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Gough, expressou forte preocupação na Organização Mundial do Comércio (OMC) em relação às tarifas consideradas “arbitrárias”, anunciadas e “implementadas de forma caótica”. O discurso, proferido nesta quarta-feira, não menciona diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas ocorre em um momento crítico, a poucos dias da data prevista para a implementação de um aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros vendidos no mercado americano.

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O governo brasileiro, representado pelo embaixador Philip Gough, expressou preocupação na OMC com as tarifas "arbitrárias" dos EUA, que podem aumentar em 50% para produtos brasileiros. O Itamaraty considera as tarifas uma tentativa de intervenção na soberania e alerta para o risco de instabilidade na economia mundial. O Brasil critica o uso de tarifas para interferir em assuntos internos de outros países, defendendo o multilateralismo e buscando soluções negociadas. Caso as negociações falhem, o governo brasileiro ameaça retaliar e recorrer ao sistema de solução de controvérsias da OMC.

A intervenção na OMC faz parte de uma estratégia mais ampla do governo para tentar evitar a imposição das tarifas, que foram vistas como uma tentativa de intervenção na soberania do país. O presidente já declarou que avalia a possibilidade de retaliar com a Lei da Reciprocidade Econômica, impondo tarifas semelhantes caso as negociações não tenham sucesso.

Durante seu discurso, o embaixador Gough alertou que as medidas unilaterais “estão interrompendo as cadeiras de valor globais e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”. Ele também argumentou que tais sanções equivalem a uma “violação flagrante dos princípios fundamentais que sustentam a OMC e são essenciais para o funcionamento do comércio internacional”.

O representante brasileiro destacou ainda uma “mudança extremamente perigosa em direção ao uso de tarifas como uma ferramenta nas tentativas de interferir nos assuntos internos de outros países”. Apesar das críticas, o governo brasileiro reafirmou sua prioridade em buscar soluções negociadas, mas advertiu que “recorrerá a todos os meios legais disponíveis para defender nossa economia e nosso povo – e isso inclui o sistema de solução de controvérsias da OMC” caso as negociações fracassem.

O Ministério das Relações Exteriores defende que negociações baseadas em “jogos de poder” representam um caminho perigoso para a instabilidade. Finalizando seu discurso, o embaixador enfatizou a importância da defesa consistente do multilateralismo e reafirmou a disposição do Brasil em discutir e cooperar para salvar o Sistema Multilateral de Comércio.

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