Tarifas de Trump: Por que Rússia, Cuba e outros países escaparam das novas taxas dos EUA?

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou recentemente um amplo conjunto de tarifas que atingirão mais de 180 países. No entanto, uma lista notável de nações foi deixada de fora das novas taxas, levantando questões sobre as razões por trás dessas exclusões.

Entre os países que não foram afetados pelo “tarifaço” estão Rússia, Cuba, Belarus e Coreia do Norte, além de parceiros comerciais como México e Canadá. A decisão de poupar certos países reflete uma complexa teia de fatores, incluindo sanções existentes, relações comerciais limitadas e acordos comerciais prévios.

Para entender melhor as exclusões, é crucial examinar as particularidades de cada país. Alguns, como Rússia, Belarus, Coreia do Norte e Cuba, já enfrentam severas sanções econômicas impostas pelos EUA há anos, como explica Carolina Müller, especialista em comércio internacional do Bichara Advogados. “Esses países não possuem ‘relações comerciais normais’ com os EUA e já enfrentam tarifas diferenciadas impostas pelo governo norte-americano”, afirma Müller.

As sanções contra a Rússia, por exemplo, se intensificaram após a invasão da Ucrânia em 2022, restringindo o acesso de bancos russos a sistemas de pagamento americanos e dificultando a compra de petróleo e gás russos. Belarus também enfrenta sanções devido a acusações de contrabando de migrantes e violações de direitos humanos.

No caso da Coreia do Norte, o país já estava na lista de “países que patrocinam o terrorismo” e enfrenta restrições comerciais significativas. Especialistas apontam que a relação comercial entre Coreia do Norte e EUA é limitada, consistindo principalmente em ajuda humanitária. Cuba, por sua vez, lida com um embargo econômico de longa data, com mais de 60 anos, que limita o comércio com os EUA.

Já México e Canadá foram excluídos porque já estão sujeitos a taxas específicas de importação. Trump já havia imposto tarifas a esses países no início de seu mandato, e alguns produtos que não se enquadram no Acordo USMCA passaram a ser taxados com uma alíquota de 25%.

A lista completa de países que escaparam do “tarifaço” inclui Belarus, Burkina Faso, Canadá, Cazaquistão, Coreia do Norte, Cuba, Macedônia, México, Palestina, Palau, Rússia, Seichelles, Somália e Vaticano. A decisão de poupar esses países demonstra a complexidade das políticas comerciais e as diversas considerações que influenciam as relações econômicas internacionais.

Fonte: http://g1.globo.com