O Supremo Tribunal Federal (STF) validou, por unanimidade, a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão, que contou com o voto do ministro Cristiano Zanin acompanhando o ministro Alexandre de Moraes, rejeita a alegação da defesa de Bolsonaro, que buscava a anulação dos depoimentos.
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A defesa do ex-presidente argumentava que não teve acesso integral às provas que embasaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a investigação da Polícia Federal (PF). O advogado Celso Vilardi alegou que a “completude da mídia” das provas não foi disponibilizada, embora reconhecesse que os elementos estavam presentes nos autos.
Em contrapartida, o advogado de Cid, Cezar Bitencourt, defendeu a colaboração do militar com a Justiça, afirmando que ele “serviu à Justiça” ao fornecer informações cruciais para a investigação sobre um suposto plano de golpe de Estado em 2022.
A delação de Mauro Cid revela a existência de três grupos distintos após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições: os “conservadores”, os “moderados” e os “radicais”. Segundo o relato, o grupo dos conservadores incluía nomes como o senador Flávio Bolsonaro e o ex-advogado-geral da União, Bruno Bianco. Já os moderados seriam representados pelo então comandante do Exército, general Freire Gomes, e pelo ministro da Defesa da época, general Paulo Sérgio Nogueira. Os “radicais” seriam divididos em dois núcleos, um composto por Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, e outro por Valdemar da Costa Neto e o general Eduardo Pazuello.
O ex-ajudante de ordens relatou ainda uma reunião em Brasília, em novembro de 2022, para discutir a “conjuntura do país”, incluindo a possibilidade de mobilizar caminhoneiros. Cid também afirmou ter recebido dinheiro do então ministro da Defesa, Walter Braga Netto, dentro de uma sacola de vinho no Palácio da Alvorada, com o objetivo de viabilizar um golpe de Estado.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br