Dourados testemunhou hoje, 9 de agosto, o lançamento do primeiro Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Indígena do Brasil. A iniciativa, liderada pelo Governo Federal por meio da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde e da Secretaria de Saúde Indígena, com acompanhamento do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul, visa aprimorar o atendimento emergencial nas comunidades indígenas.
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Instalada ao lado do Hospital Indígena Porta da Esperança, na aldeia Jaguapiru, a base do SAMU Indígena atenderá as aldeias Jaguapiru e Bororó, a maior reserva indígena urbana do país. O serviço, integrado à central de regulação do SAMU convencional, conta com uma equipe de 14 profissionais de saúde e motoristas indígenas. Espera-se que a proximidade cultural e a familiaridade com o território reduzam o tempo médio de resposta de 20 para 7 minutos.
Durante a solenidade, a chave da ambulância foi entregue pelo secretário de Saúde Indígena ao prefeito de Dourados e ao coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena. A equipe de saúde que atuará no serviço também participou da cerimônia.
O coordenador do SAMU Regional Dourados ressaltou a importância da iniciativa para diminuir o tempo de resposta e superar as dificuldades de comunicação com a população indígena. Moradores da aldeia Jaguapiru expressaram otimismo, destacando a importância de profissionais indígenas no atendimento à comunidade.
Um deputado federal presente no evento enfatizou que a iniciativa visa garantir o mesmo tratamento para a população indígena e não indígena em casos de urgência e emergência, e projeta a expansão do modelo para outros estados e cidades.
Representantes do Hospital Porta da Esperança e do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul também manifestaram apoio à iniciativa, ressaltando a importância de superar os desafios para garantir o avanço das demandas dos povos indígenas. O cacique da aldeia Jaguapiru mencionou os desafios logísticos em áreas de difícil acesso, indicando a necessidade de diálogo para garantir o atendimento em todas as localidades.
O superintendente estadual do Ministério da Saúde destacou que a iniciativa demonstra a busca por inovação no atendimento à saúde, com o objetivo de auxiliar o município e a região a atingir a autonomia na resolução dos problemas de saúde. Uma deputada estadual anunciou o direcionamento de recursos para garantir a execução do trabalho do SAMU, defendendo a importância de garantir alimentação saudável, cuidado com o meio ambiente e demarcação de terras para a saúde do povo indígena.
O governador em exercício classificou a inauguração como um marco na saúde pública brasileira, reconhecendo a importância de políticas públicas que alcancem todos, sem barreiras culturais ou geográficas. O secretário de Saúde Indígena destacou a importância da equipe composta por profissionais indígenas para superar as barreiras linguísticas e atuarem como intérpretes na comunicação entre a unidade de saúde móvel e as unidades hospitalares. Ele também alertou sobre a violência contra lideranças indígenas no estado, defendendo o respeito aos povos originários e o acesso à terra para garantir políticas públicas efetivas.
O prefeito de Dourados considerou o lançamento do SAMU Indígena um momento histórico para o município, fruto da parceria entre a prefeitura e o Governo Federal, e mencionou a necessidade de investimentos em infraestrutura, como a pavimentação de acesso à reserva indígena.
