O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, compareceu ao Congresso nesta terça-feira para defender os cortes orçamentários propostos pelo governo Trump para as áreas de diplomacia e ajuda externa. Em seu primeiro depoimento como principal diplomata do país, Rubio enfrentou questionamentos e críticas, inclusive de membros que se mostraram arrependidos de terem votado por sua confirmação no cargo.
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Rubio justificou os cortes, afirmando que o Departamento de Estado precisava de mudanças e havia perdido centralidade na política externa americana, sendo frequentemente substituído por outras agências, como o Conselho de Segurança Nacional. O Senado havia confirmado Rubio por unanimidade em 20 de janeiro, unindo democratas e republicanos em apoio ao então indicado.
No entanto, alguns democratas que o apoiaram expressaram arrependimento, argumentando que Trump assumiu um controle governamental maior do que o usual, inclusive cortando planos de financiamento já aprovados pelo Congresso.
Diante do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Rubio explicou que a solicitação orçamentária de US$ 28,5 bilhões para o ano fiscal de 2025/2026 permitiria a continuidade da visão de Trump, ao mesmo tempo em que eliminaria US$ 20 bilhões em “programas duplicados, desperdiçados e ideologicamente orientados”.
O Secretário de Estado respondeu a perguntas sobre a redução da ajuda externa, área que ele próprio defendeu durante seus 14 anos no Senado, bem como sobre a diminuição de funcionários no Departamento de Estado e na USAID, agência que está sendo incorporada ao departamento. O governo propõe um novo fundo de US$ 2,9 bilhões para assumir a ajuda externa, baseado em aprendizados da USAID, com o objetivo de responder rapidamente a crises, engajar-se com parceiros estratégicos e enfrentar ameaças de concorrentes como a China.
Além dos cortes orçamentários, senadores questionaram Rubio sobre os planos de Trump em relação às sanções à Síria, sua atuação em questões de imigração, a assistência humanitária aos palestinos em Gaza e os esforços para acabar com a guerra na Ucrânia. Manifestantes interromperam o depoimento com gritos contra o conflito em Gaza, sendo removidos pela polícia.
Rubio reiterou sua postura crítica em relação à China, afirmando que seu departamento está combatendo a “influência nefasta da China” em escala global e que a era de complacência com o Partido Comunista Chinês acabou. Republicanos elogiaram o Secretário de Estado, que também exerce interinamente as funções de conselheiro de segurança nacional e administrador da USAID, sendo o primeiro a acumular esses cargos desde Henry Kissinger na década de 1970.