Maria Elizabeth Rocha responde a críticas sobre pedido de perdão por omissões da Justiça Militar durante a ditadura.
A presidente do STM, Maria Elizabeth Rocha, classificou como misógina a crítica de um ministro sobre seu pedido de perdão relacionado à ditadura.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
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A presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Rocha, expressou sua indignação em relação às críticas feitas pelo ministro Carlos Augusto Amaral Oliveira, classificando o tom utilizado como “misógino”. A declaração foi proferida durante a abertura da sessão, após o ministro criticar Maria Elizabeth por ter pedido perdão pelas omissões da Justiça Militar durante a ditadura militar.
O pedido de perdão foi realizado durante um ato ecumênico em memória dos 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog. Na ocasião, Maria Elizabeth, representando o tribunal, pediu perdão pelos “erros e as omissões judiciais” cometidos contra aqueles que lutaram pela liberdade no Brasil.
A crítica do ministro Carlos Augusto, integrante da Aeronáutica no STM, ocorreu em sessão posterior, na ausência de Maria Elizabeth. Ele afirmou que a ministra “precisa estudar um pouco mais” a história do STM e que ela não falou em nome do tribunal.
Resposta da Presidente
Em resposta, Maria Elizabeth Rocha leu um discurso em que protestou contra a fala do colega, considerando-a desrespeitosa e misógina. “A divergência de ideias é legítima.
O que não é legítimo é o tom misógino, travestido de conselho paternalista sobre estudar um pouco mais a história da instituição”, declarou a ministra. Ela também enfatizou que o gesto de pedir perdão não teve cunho político-partidário, mas sim de responsabilidade pública.
Após a fala da ministra, houve um breve bate-boca entre os dois.
A ministra Maria Elizabeth Rocha foi a primeira mulher a ser nomeada para o STM em 217 anos de funcionamento do órgão. Atualmente, o STM é composto por 15 ministros, sendo cinco civis e dez militares.
