Governo chinês reage a ameaças de 100% de tarifas e se diz preparado para 'contramedidas', enquanto mercados financeiros sentem impacto.
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Diante das recentes ameaças de Donald Trump de impor tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses, o governo de Pequim declarou não temer uma guerra comercial.
O governo chinês, através de seu Ministério do Comércio, reagiu com veemência nesta semana às recentes ameaças de Donald Trump, classificando a proposta de tarifas de 100% sobre produtos chineses como um “duplo padrão” dos Estados Unidos. A declaração de Pequim, que veio após os comentários de Trump na última sexta-feira, dia 10 de novembro, reforça a postura de que a China não teme uma guerra comercial e está preparada para introduzir suas próprias “contramedidas” caso o ex-presidente americano cumpra sua promessa.
A escalada de retórica teve início quando Trump rebateu a decisão de Pequim de endurecer suas regras para exportações de terras raras, acusando a China de “se tornar muito hostil”. Em resposta, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês afirmou que a nação asiática não se intimidará, mesmo diante da possibilidade de um conflito comercial em larga escala, e que as restrições impostas pelos EUA ao conceito de segurança nacional são exageradas.
Os comentários de Trump na sexta-feira (10/11) provocaram grande instabilidade nos mercados financeiros globais. O índice S&P 500, por exemplo, registrou uma queda de 2,7%, seu maior recuo desde abril, evidenciando a preocupação com a renovação dos temores de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Em maio, ambos os lados haviam concordado em reduzir tarifas de três dígitos, buscando apaziguar as tensões que já resultaram em cobranças adicionais de 30% sobre produtos chineses nos EUA e de 10% sobre produtos americanos na China.
A disputa comercial se intensifica também no setor de tecnologia. Enquanto a China criticou as restrições americanas à exportação de chips e semicondutores, Pequim defendeu seus próprios controles de exportação sobre terras raras como “ações normais” para salvaguardar a segurança nacional. A medida chinesa é considerada estratégica, visto que o país é responsável por processar cerca de 90% das terras raras do mundo, materiais cruciais para a fabricação de tecnologia avançada, como painéis solares e smartphones.
Analistas de mercado interpretam os recentes pronunciamentos de Washington e Pequim como um posicionamento estratégico, visando fortalecer suas respectivas barganhas antes de futuras rodadas de negociações comerciais. Contudo, a incerteza paira sobre a realização de um encontro entre Donald Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, que estaria agendado para uma cúpula na Coreia do Sul ainda neste mês, após Trump ter ameaçado cancelar a reunião.
