Ato simbólico busca reparar danos históricos causados pela Igreja Católica.
O Papa Leão XVI devolveu 62 artefatos indígenas ao Canadá, em um gesto para reconhecer a repressão cultural histórica promovida pela Igreja.
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O Papa Leão XVI devolveu 62 artefatos indígenas ao Canadá, em um esforço contínuo da Igreja Católica para reconhecer e reparar a repressão das culturas indígenas nas Américas. A entrega ocorreu durante uma audiência com bispos canadenses no Vaticano.
Os artefatos pertenciam à coleção etnográfica dos Museus Vaticanos, conhecida como Museu Anima Mundi. A coleção foi formada principalmente por objetos enviados a Roma por missionários católicos entre 1923 e 1925, para uma exposição realizada no Vaticano em 1925.
Embora a Igreja afirme que os itens foram oferecidos como presentes ao Papa Pio XI, organizações indígenas questionam se as peças foram realmente doadas pelas comunidades por livre e espontânea vontade, considerando o contexto de colonialismo.
Em comunicado, Leão XVI expressou sua esperança de que os presentes representem “um sinal concreto de diálogo, respeito e fraternidade”. Ele confiou os artefatos à Igreja no Canadá, como testemunho da história do encontro entre a fé e as culturas dos povos indígenas.
Passos Anteriores
A devolução dos itens acompanha ações anteriores do Papa Francisco, que em 2022 viajou ao Canadá para se desculpar formalmente com os povos indígenas após a descoberta de túmulos perto de antigos internatos católicos, que operaram entre 1912 e 1970 com o objetivo de cristianizar e assimilar os moradores.
A Igreja Católica também se comprometeu a doar US$ 30 milhões às famílias das vítimas, que sofreram abusos sexuais e físicos nos internatos. A Santa Sé declarou que o recurso seria um passo para amenizar o trauma histórico causado pelo sistema escolar residencial.
