Donald Trump anunciou a imposição de tarifas de importação secundárias a países que mantêm relações comerciais com a Rússia, condicionando a medida a um cessar-fogo na Ucrânia até 8 de agosto. A Índia já foi impactada, sofrendo uma tarifa adicional de 25% sobre suas compras de petróleo russo, elevando a tarifa total para 50%.
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A medida tem como alvo principal o setor de energia russo, crucial para financiar a guerra na Ucrânia. Petróleo e gás são os maiores produtos de exportação da Rússia, tendo como principais clientes China, Índia, Turquia e Brasil. Em maio, o presidente Lula mencionou que 70% do óleo diesel importado pelo Brasil provém da Rússia.
O impacto das tarifas secundárias poderá ser sentido nos preços da energia global. Se efetivas, as tarifas interromperão o fluxo de petróleo e gás russo, elevando os preços, similar ao que ocorreu no início da invasão da Ucrânia em 2022. No entanto, a Opec+ possui capacidade ociosa para suprir a demanda, atenuando o impacto.
A Rússia desenvolveu mecanismos para contornar as sanções, como a “frota-sombra”, dificultando a fiscalização da origem do petróleo e gás exportados. A Índia, um dos maiores importadores de petróleo russo desde 2022, poderá enfrentar tarifas de importação de 100% nos Estados Unidos, tornando seus produtos menos competitivos.
A Apple, que está transferindo a produção de iPhones para a Índia, poderá aumentar os preços de seus produtos nos Estados Unidos, caso as novas tarifas entrem em vigor.
A China, maior importadora de petróleo russo, também poderá ser alvo das tarifas, impactando o comércio bilateral e prejudicando negociações comerciais em curso. A União Europeia, apesar de ter reduzido as importações de combustíveis russos, ainda mantém algumas compras, podendo sofrer com as novas tarifas.
A economia russa, embora tenha demonstrado resiliência, enfrenta a possibilidade de recessão, com o ministro da Economia russo alertando para um período de “superaquecimento”. O FMI prevê um crescimento de apenas 0,9% em 2025. As despesas militares da Rússia atingiram 6,3% do PIB.