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Nikolas Ferreira condenado por transfobia em discurso

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi condenado pela Justiça do Distrito Federal a pagar R$ 200 mil por danos morais coletivos, em decorrência de um... [...]
© Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi condenado pela Justiça do Distrito Federal a pagar R$ 200 mil por danos morais coletivos, em decorrência de um discurso considerado transfóbico proferido na Câmara dos Deputados em 8 de março de 2023, Dia Internacional da Mulher.

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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi condenado pela Justiça do Distrito Federal a pagar R$ 200 mil por danos morais coletivos devido a um discurso transfóbico proferido na Câmara dos Deputados em 8 de março de 2023. A ação foi movida por associações LGBTQIA+ após o parlamentar vestir uma peruca e alegar "se sentir mulher". A juíza Priscila Faria da Silva considerou o discurso como discurso de ódio, ultrapassando os limites da liberdade de expressão. Anteriormente, o ministro do STF André Mendonça havia arquivado notícias-crime contra o deputado pelo mesmo caso, entendendo que as falas estavam protegidas pela imunidade parlamentar.

A ação foi movida por associações representativas da comunidade LGBTQIA+, que acusaram o parlamentar de promover discurso de ódio. Na ocasião, Ferreira vestiu uma peruca amarela e afirmou que “se sentia uma mulher” e que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”.

Decisão Judicial

A juíza Priscila Faria da Silva, da 12ª Vara Cível de Brasília, sentenciou que o discurso do deputado não se enquadra na liberdade de expressão. “A conclusão a que se chega é a de que os dizeres proferidos pelo réu no púlpito da tribuna da Câmara dos Deputados na data de 8/3/2023 desbordam dos limites do direito à livre manifestação do pensamento e constituem verdadeiro discurso de ódio, na medida em que descredibilizam a identidade de gênero assumida pela população transexual e insuflam a sociedade a fazer o mesmo”, afirmou a magistrada.

A decisão, proferida na esfera cível, ainda cabe recurso.

Imunidade Parlamentar

No ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, arquivou notícias-crime contra o deputado pela mesma acusação, na esfera criminal. Mendonça entendeu que as falas de Nikolas Ferreira estão cobertas pela imunidade parlamentar, prevista na Constituição, e que cabe à Câmara dos Deputados avaliar eventual quebra de decoro pelo parlamentar.

A assessoria do deputado foi contatada para comentar a decisão. O espaço permanece aberto para manifestação.

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