O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou a jornalistas neste domingo que o plano para o controle total da Faixa de Gaza será implementado “muito em breve”. A primeira etapa do plano envolve a tomada e ocupação da Cidade de Gaza.
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“Esta é a melhor forma de acabar com a guerra e a melhor forma de encerrá-la rapidamente”, afirmou o primeiro-ministro.
A Cidade de Gaza é considerada um dos últimos redutos do grupo Hamas, cuja tomada permitiria a Israel assumir o controle total da região. Netanyahu ressaltou que o objetivo não é ocupar permanentemente a Faixa de Gaza, mas sim transferir o território para um governo civil, sem ligações com a Autoridade Palestina ou o Hamas.
Segundo Netanyahu, a retomada da campanha militar se deve à recusa do grupo terrorista em aceitar os termos do cessar-fogo proposto em janeiro.
Questionado sobre a crise humanitária em Gaza, o premiê declarou que Israel “gostaria” de abrir mais centros de distribuição de alimentos e corredores de ajuda na região. A fome entre os palestinos confinados à área atingiu o nível 5, o mais grave, de acordo com a Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (IPC) da ONU.
Netanyahu também afirmou que jornalistas estrangeiros só poderão entrar na região com autorização explícita das Forças de Defesa de Israel (IDF).
A nova expansão da ofensiva israelense tem gerado críticas internas e externas. O governo do Reino Unido classificou a medida como “errada”, enquanto a Dinamarca pediu sua “imediata reversão”. A Alemanha suspendeu as exportações de equipamentos militares para Israel até novo aviso. China, Turquia, Jordânia e Países Baixos também manifestaram repúdio ao plano.
O chefe de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, alertou que o plano israelense causará mais mortes e sofrimento, exigindo sua “imediata interrupção”. Ele mencionou ainda que a decisão contraria a determinação da Corte Internacional de Justiça de encerrar a ocupação de Israel em Gaza o mais rápido possível.
Dentro de Israel, familiares de reféns e outros cidadãos protestaram contra a nova medida, exigindo o retorno imediato dos reféns sob poder do Hamas. Em Tel Aviv, protestos foram dispersados pela polícia. Estima-se que ainda haja cerca de 50 reféns israelenses em poder do Hamas, dos quais Israel acredita que cerca de 20 estejam vivos.
Altos oficiais do Exército israelense também demonstraram preocupação com a nova ofensiva, temendo um aumento no número de mortes e riscos para as tropas. O comandante das Forças Armadas, Eyal Zamir, expressou sua oposição ao plano, alegando que ele representa um risco para a vida dos reféns.