A morte do Ministro dos Transportes da Rússia, Roman Starovoit, após ser destituído do cargo por Vladimir Putin, gerou grande apreensão entre a elite política russa. Starovoit, de 53 anos, foi encontrado morto em seu carro na segunda-feira (7), horas após a demissão, com investigadores apontando suicídio como a causa da morte. A suspeita de envolvimento em esquemas de corrupção pairava sobre o ex-ministro, com relatos da imprensa russa indicando que ele seria preso em breve.
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Centenas de pessoas, incluindo ministros e altos funcionários do governo, compareceram ao velório em Moscou na quinta-feira (10). O clima era de tensão, com muitos presentes se recusando a falar com a imprensa. Vladimir Putin não esteve presente na cerimônia.
Starovoit havia sido governador da região de Kursk, fronteira com a Ucrânia, antes de ser promovido a ministro em maio de 2024. A região foi palco de uma incursão ucraniana meses depois, o que surpreendeu o Kremlin. Seu sucessor no governo de Kursk, Alexei Smirnov, foi recentemente preso por desviar fundos destinados ao reforço das defesas da fronteira.
Analistas apontam que Starovoit pode ter sido usado como “bode expiatório” em meio à repressão a funcionários suspeitos de corrupção durante a ofensiva russa na Ucrânia. A campanha militar contra o país vizinho parece ter intensificado o escrutínio sobre o enriquecimento ilícito entre a elite.
Desde o início da ofensiva na Ucrânia, diversos generais e funcionários do Ministério da Defesa foram presos por desvio de recursos públicos. No início de julho, o ex-vice-ministro da Defesa Timur Ivanov foi condenado a 13 anos de prisão. Essa onda de prisões criou um “sentimento de desesperança” entre a elite política de Moscou, com analistas alertando que o sistema pode sacrificar figuras cada vez mais proeminentes no futuro.