Mercadante defende papel do Estado na transição energética

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, reafirmou a importância da atuação estatal para enfrentar os desafios climáticos e promover a transição energética no Brasil. A declaração foi feita durante evento na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, um ano após as inundações que atingiram o estado.

Mercadante destacou que o Estado é fundamental para reverter as condições climáticas extremas e que o BNDES aumentou a oferta de crédito após as enchentes. Ele também mencionou o crescimento de 4,9% na economia do Rio Grande do Sul no ano passado, impulsionado pela ajuda do governo federal.

Apoio às Empresas e Seca

Segundo Mercadante, dois terços das empresas que receberam crédito cumpriram a exigência de manter o número de empregados anterior às enchentes. Para as demais, o BNDES estuda a possibilidade de prorrogar os prazos para evitar medidas punitivas. “Se for necessário, o Conselho Monetário Nacional (CMN) pode prorrogar um pouco esse prazo para não ser uma medida punitiva”, explicou.

O presidente do BNDES também alertou para a seca que atinge o centro do Rio Grande do Sul, prejudicando a safra de soja. Para mitigar os impactos, o banco está trabalhando com a Embrapa na “Operação 365”, que visa apoiar o desenvolvimento sustentável da agricultura por meio de financiamentos e assistência técnica.

Reindustrialização e Cenário Global

Mercadante defendeu a reindustrialização do país, ressaltando que a indústria é o setor que mais gera qualidade e inovação tecnológica. Ele enfatizou a necessidade de o Brasil investir em Inteligência Artificial (IA) e criar um modelo de linguagem grande (LLM) próprio.

O presidente do BNDES criticou a política de tarifas do governo norte-americano, classificando-a como “errática e improvisada”. Ele argumentou que a China se tornou a grande manufatura global, enquanto a América Latina, a Europa e os Estados Unidos ficaram “prisioneiros do modelo de financeirização da economia e do chamado consenso de Washington”.

Fonte: cnnbrasil.com.br