Mostra celebra os 112 anos do poeta, diplomata e compositor, reunindo mais de 300 itens e obras de arte, como o 'Retrato de Vinicius' de Portinari.
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O Museu de Arte do Rio (MAR) abriu uma abrangente exposição em outubro de 2025 para celebrar os 112 anos de Vinicius de Moraes, mergulhando em sua vida e vasta obra.
No Museu de Arte do Rio (MAR), uma das mais abrangentes exposições sobre a trajetória de Vinicius de Moraes foi inaugurada em outubro de 2025, marcando os 112 anos de nascimento do poeta, diplomata e compositor. A mostra oferece ao público um mergulho profundo na vida e na vasta criação de um dos nomes mais centrais da cultura brasileira.
Nascido no Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1913, Vinicius da Cruz de Melo Moraes encontrou na cidade um cenário permanente para sua poesia e canções. Desde a infância na Gávea até as noites em Ipanema, a metrópole carioca transcendeu a paisagem, tornando-se personagem, musa e espelho de sua obra. Seus primeiros versos foram escritos aos nove anos, período em que o jovem poeta também formou um grupo musical no Colégio Santo Inácio, gravando sua primeira letra, “Loira ou Morena”, em 1932.
Ao longo de sua vida, Vinicius de Moraes desempenhou múltiplas funções, sendo diplomata, jornalista, crítico de cinema, dramaturgo, letrista e cantor. Ele serviu no Itamaraty de 1946 a 1968, sendo compulsoriamente aposentado durante o regime militar. A perda do cargo, no entanto, abriu caminho para uma nova e prolífica fase artística, consolidando parcerias musicais que se tornariam icônicas na música brasileira.
Foi nas colaborações musicais que o poeta alcançou sua expressão mais popular e universal. Ao lado de Tom Jobim, Vinicius ajudou a moldar a Bossa Nova, criando o imaginário solar do Rio dos anos 1950. Com Toquinho, formou uma das duplas mais queridas da música nacional, resultando em mais de cem canções e aproximadamente mil apresentações. De acordo com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), Vinicius compôs mais de 700 obras musicais, com 709 composições e 527 gravações registradas, evidenciando a grandiosidade de seu legado.
A exposição no MAR reúne mais de 300 itens, incluindo manuscritos, fotografias, vídeos, livros e obras de arte. Entre os destaques está o “Retrato de Vinicius”, pintado por Cândido Portinari, exibido pela primeira vez na capital fluminense, e um espaço dedicado à “Arca de Noé”, com as ilustrações de Elifas Andreato. Sua produção literária inclui obras marcantes como “Poemas, Sonetos e Baladas” (1946) e “A Arca de Noé” (1970). A peça “Orfeu da Conceição” (1954) deu origem ao filme “Orfeu Negro”, vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 1959. Vinicius de Moraes faleceu em 9 de julho de 1980, aos 66 anos, devido a um edema pulmonar, deixando uma obra que, conforme Carlos Drummond de Andrade, unia o fôlego dos românticos à perícia dos parnasianos e ao cinismo dos modernos.