Natália Oliveira Alves Nogueira foi condenada a 10 anos, nove meses e 22 dias de prisão por tortura contra sua filha, que foi assassinada em Leme (SP) em 2019. A decisão foi proferida pelo júri na quarta-feira (7), e a ré poderá recorrer em liberdade.
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O advogado de defesa, William César Pinto de Oliveira, informou que irá recorrer da sentença com o objetivo de reduzir a pena.
A vítima, Lorena Capelli, de 1 ano e 10 meses, faleceu devido a traumatismo craniano após ser agredida em sua residência. O padrasto da criança, Luís Felipe Britto, já havia sido condenado a quase 50 anos de prisão pelo homicídio em 2023.
O julgamento de Natália Nogueira, que se estendeu por todo o dia, ouviu 12 testemunhas, incluindo policiais, familiares, vizinhos e funcionários da creche que Lorena frequentava. O júri foi composto por quatro mulheres e três homens.
O casal foi preso em abril de 2019, após um exame do Instituto Médico Legal (IML) indicar que a criança havia sido vítima de agressão. A creche onde Lorena estava matriculada já havia reportado suspeitas de maus-tratos dois dias antes de sua morte.
Luís Felipe Britto foi condenado a 49 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão, considerado culpado pelo homicídio qualificado de Lorena por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Em seu depoimento, Britto negou o crime e acusou a mãe da criança, alegando ter sido forçado a assumir a responsabilidade.
Natália Nogueira chegou a obter prisão domiciliar por estar grávida, mas foi presa novamente em abril de 2020, após denúncias de vizinhos sobre maus-tratos ao recém-nascido. Ela perdeu a guarda da criança e foi posteriormente solta, sob a condição de cumprir medidas cautelares, como não sair de casa durante a madrugada e não se ausentar da comarca por mais de oito dias sem aviso prévio.
De acordo com a Polícia Civil, a mãe alegou ter saído para trabalhar, deixando a criança sob os cuidados do padrasto. Luís Felipe Britto relatou à polícia que a menina jogou o prato de comida, o que o irritou, levando-o a dar dois tapas na criança e jogá-la em um colchão, onde ela teria batido a cabeça.
Britto saiu para trabalhar na madrugada, e pela manhã, a mãe teria saído gritando pela rua, informando que a filha estava morta. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados, mas a criança não resistiu.
Fonte: g1.globo.com