Lula e Xi Jinping Discutem Relações Bilaterais e Multilateralismo em Ligação Telefônica

Em meio à escalada de tensões comerciais globais, com a imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente chinês Xi Jinping nesta segunda-feira (11). A ligação, solicitada por Lula, teve como foco as relações bilaterais entre Brasil e China, além da conjuntura geopolítica internacional.

Durante a conversa, que durou cerca de uma hora, os dois líderes expressaram concordância sobre a importância do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo. O governo brasileiro informou, em nota, que a parceria estratégica entre os dois países foi um ponto central da discussão. Lula e Xi Jinping celebraram os avanços nas sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento e manifestaram o desejo de expandir a cooperação para áreas como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites.

Posteriormente, em suas redes sociais, Lula destacou o papel crucial da China para o sucesso da COP 30, que será realizada em Belém, e no combate à mudança do clima. Xi Jinping garantiu que a China enviará uma delegação de alto nível ao evento e trabalhará em conjunto com o Brasil para garantir o sucesso da conferência.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações brasileiras para a China, entre janeiro e julho deste ano, ultrapassaram US$ 57,6 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 41,7 bilhões.

No mesmo dia, Lula enfatizou a necessidade de o Brasil manter sua soberania e ambições diante de um cenário internacional instável, durante a entrega de um prêmio na área de educação.

Paralelamente, o governo brasileiro, ao preparar um plano de auxílio econômico em resposta às tarifas impostas pelos EUA, planeja iniciar um debate sobre medidas de reciprocidade. Lula teria solicitado aos ministérios das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Fazenda que analisem medidas pontuais de reciprocidade, evitando ações amplas.