A história da Granado, tradicional marca de cosméticos, ilustra como erros e fracassos podem se transformar em aprendizado valioso para empreendedores. Sissi Freeman, diretora de marketing e vendas da empresa, compartilha a trajetória de reposicionamento da marca, que enfrentou uma crise significativa no final do século passado.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
Fundada em 1870, a Granado, conhecida por seus produtos naturais, experimentou um período de declínio devido a problemas macroeconômicos, como a hiperinflação, e à gestão interna desatualizada. Seus produtos, apesar da qualidade, eram percebidos como “para vovó e vovô”, perdendo espaço para concorrentes mais modernos.
A virada ocorreu quando Christopher Freeman, pai de Sissi, inicialmente contratado como consultor para vender a empresa, enxergou o potencial de revitalização da marca. Ele adquiriu a Granado e iniciou um processo de modernização dos processos e tecnologias.
Nos anos 2000, Sissi Freeman se juntou à empresa, focando no reposicionamento da marca para atrair um público mais jovem. A estratégia combinou inovação com a tradição da Granado. A empresa investiu em lojas físicas com a estética do Brasil Imperial e modernizou embalagens de produtos clássicos, como o polvilho antisséptico, sem alterar sua essência.
Um ponto crucial foi o foco no cliente. A Granado buscou aproximar-se do consumidor por meio de experiências em lojas, eventos e parcerias com hotéis e pousadas.
Para Sissi, entender o diferencial da empresa foi fundamental para o sucesso. A Granado, com sua longa história e forte ligação emocional com os brasileiros, apostou em embalagens retrô e na manutenção da qualidade dos produtos, fortalecendo o valor agregado em vez de competir por preço.
A empresa também valoriza o feedback do público, adaptando suas estratégias para diferentes mercados. Por exemplo, no mercado internacional, onde a marca não é tão conhecida, a Granado prioriza a história da empresa e sua origem no Rio de Janeiro.
Ao decidir se deve continuar investindo em um produto ou serviço que não está funcionando, Sissi recomenda analisar o treinamento dos vendedores e considerar se o item complementa a linha da empresa. Se, mesmo assim, não houver vendas, é importante entender o motivo da rejeição do público para futuras estratégias.