A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) testemunhou uma série de eventos incomuns durante o início do julgamento da denúncia de tentativa de golpe de Estado apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outros sete indivíduos. O caso, que apura a suposta orquestração de um plano para subverter a ordem democrática, apresentou momentos de tensão e até mesmo descontração.
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Gerar ResumoUm dos pontos altos da sessão foi a detenção do advogado Sebastião Coelho, defensor de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência. O desembargador aposentado foi detido pela Polícia Judicial do STF sob acusação de desacato e ofensas ao Tribunal. A situação ocorreu após o advogado ser impedido de acessar a sala de julgamento, o que gerou protestos e a alegação de que a defesa estava sendo cerceada. O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, determinou o registro de boletim de ocorrência, mas posteriormente liberou o advogado.
A presença surpresa de Jair Bolsonaro na sala da Primeira Turma também chamou a atenção. O ex-presidente acompanhou o julgamento sentado na primeira fila, ao lado de seus advogados. Sua presença inesperada adicionou um elemento de tensão ao ambiente já carregado.
Um diálogo entre a ministra Cármen Lúcia e o ministro Flávio Dino provocou risos no plenário. A conversa girou em torno da idade da ministra, decana da Primeira Turma. Dino fez um comentário sobre o tempo em que Cármen Lúcia já atuava no STF, o que levou a ministra a responder em tom bem-humorado, afirmando que não era tão velha quanto Dino imaginava. O momento descontraiu um pouco o clima tenso do julgamento.
O ministro Luiz Fux apresentou o único voto divergente em uma das questões preliminares. Ele defendeu que o julgamento deveria ser analisado pelo plenário do STF, e não apenas pela Primeira Turma. Fux argumentou que a matéria não era pacífica e que o grande número de partes envolvidas justificava uma análise mais ampla. No entanto, a maioria dos ministros votou contra a preliminar, mantendo o julgamento na Primeira Turma.
Durante a defesa de seu cliente, o general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, o advogado Matheus Mayer Milanez classificou a denúncia como “terraplanismo argumentativo”. Ele comparou a busca por provas contra Heleno com a tentativa de comprovar que a Terra é plana, argumentando que não há evidências concretas do envolvimento do general na suposta tentativa de golpe. Segundo o advogado, estão tentando incriminar Heleno com base em suposições e interpretações distorcidas.
O julgamento, que continua nesta quarta-feira (26), é considerado crucial por envolver os supostos líderes da organização criminosa, incluindo ex-ministros como Walter Braga Netto, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br