Um jovem de 20 anos faleceu em decorrência de complicações após a extração de um dente siso. Juan Paraná, de Três Lagoas, estava internado em Bauru (SP) e passou por coma induzido, três cirurgias, traqueostomia e hemodiálise devido a uma infecção generalizada.
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Apesar de ser um procedimento comum, a extração do siso é uma cirurgia que envolve riscos. A cirurgiã-dentista Gaya Bertoldo alerta para a importância dos cuidados antes, durante e após a intervenção, destacando que casos como o de Juan são raros, mas servem de alerta.
Cuidados Essenciais na Extração do Siso
Segundo Gaya Bertoldo, o estado geral de saúde do paciente e a atenção em cada etapa do processo são determinantes para o sucesso da cirurgia. “Toda cirurgia tem seus riscos. O que vai determinar a gravidade é o estado geral de saúde do paciente e o cuidado com cada etapa do processo: antes, durante e depois da extração”, afirma a dentista.
Avaliação Pré-Cirúrgica: É fundamental que o profissional avalie o histórico de saúde do paciente, especialmente em casos de doenças cardíacas, respiratórias ou uso de anticoagulantes. “Pacientes que usam esse tipo de remédio, por exemplo, precisam de acompanhamento médico — muitas vezes com o cardiologista — para suspender a medicação no momento certo. O coágulo é essencial para a cicatrização da gengiva e, sem ele, o risco de hemorragia ou infecção aumenta consideravelmente”, explica Gaya.
Técnica e Esterilização: A qualidade técnica do procedimento e a garantia de uma cadeia asséptica eficaz são cruciais para evitar contaminações. A posição do dente em relação ao nervo também deve ser avaliada para prevenir complicações como a parestesia.
Pós-Operatório: Atenção Redobrada
O comportamento do paciente após a cirurgia é determinante para evitar complicações. Mesmo uma cirurgia tecnicamente perfeita pode ter um desfecho negativo se não houver os cuidados certos em casa. “O paciente pode colocar tudo a perder se não seguir corretamente as recomendações. Uma infecção local pode evoluir para algo grave, como a infecção generalizada”, completa Gaya.
Evitar alimentos muito quentes, não interromper a medicação prescrita e estar atento a sinais como dor persistente e inchaço são atitudes fundamentais. Gaya reforça que mortes relacionadas à extração dentária são extremamente raras, mas podem ocorrer em situações de falha no acompanhamento, automedicação ou negligência no pós-operatório.
“Uma cirurgia pode ser perfeita no consultório, mas o paciente precisa fazer a parte dele depois. O cumprimento correto das orientações é o que garante que tudo ocorra bem”, conclui a dentista.
Fonte: campograndenews.com.br