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Jeffrey Epstein se suicidou e não existe suposta 'lista de clientes' usada para chantagens, afirma Departamento de Justiça dos EUA

Em fevereiro, o governo dos EUA divulgou uma série de arquivos sobre a investigação do caso e a procuradora-geral chegou a afirmar que a lista estava em sua mesa. Há um mês, Elon Musk afirmou que Donald Trump estaria ligado ao escândalo sexual de Epstein. [...]


Em fevereiro, o governo dos EUA divulgou uma série de arquivos sobre a investigação do caso e a procuradora-geral chegou a afirmar que a lista estava em sua mesa. Há um mês, Elon Musk afirmou que Donald Trump estaria ligado ao escândalo sexual de Epstein. Comunicado divulgado pelo Departamento de Justiça dos EUA sobre investigações sobre o caso Jeffrey Epstein
Divulgação
Jeffrey Epstein morreu por suicídio e não há evidências de que o empresário, acusado de ter abusado de mais de 250 meninas menores de idade e de operar uma rede de exploração sexual, mantinha uma “lista de clientes” que usaria para chantagens, reconheceu o Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta segunda-feira (7).
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O comunicado oficial, que tem o carimbo do departamento e também do FBI, afirma que, após uma “revisão exaustiva dos registros investigativos relacionados a Jeffrey Epstein” e buscas digitais e físicas conduzidas por agentes, os dois órgãos coletaram mais de 300 gigabytes de dados e evidências físicas, mas não encontraram a suposta lista cuja existência era defendida por teorias conspiratórias que circulam há anos nas redes sociais.
“Essa revisão sistemática não revelou nenhuma ‘lista de clientes’ incriminadora. Também não foram encontradas evidências credíveis de que Epstein tenha chantageado indivíduos influentes como parte de suas ações. Não descobrimos evidências que justificassem a abertura de investigação contra terceiros que não foram acusados”, afirma o texto.
Em fevereiro, o governo dos EUA divulgou uma série de arquivos sobre a investigação do caso e a procuradora-geral Pam Bondi, em entrevista, chegou a afirmar que uma lista de clientes estava em sua “mesa para ser revisada”.
Em junho, durante a briga pública que protagonizou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o bilionário Elon Musk afirmou que o ex-aliado estaria ligado ao escândalo sexual. Trump e Epstein foram amigos entre as décadas de 1990 e 2000, e o nome de Trump aparece em registros de voos ao lado do empresário em 1994.
Ainda de acordo com o departamento, mais de 10 mil vídeos e imagens baixados de material ilegal de abuso sexual infantil e outras formas de pornografia” estão entre as evidências analisadas, confirmando que Epstein prejudicou mais de mil vítimas.
“Uma de nossas maiores prioridades é combater a exploração infantil e fazer justiça às vítimas. Propagar teorias infundadas sobre Epstein não contribui para nenhum desses objetivos. Nesse sentido, embora tenhamos nos empenhado em fornecer ao público o máximo de informações sobre Epstein e garantir a análise de todas as evidências em posse do governo, o Departamento de Justiça e o FBI determinaram que nenhuma divulgação adicional seria apropriada ou justificada”, afirma ainda o comunicado.
O documento desta segunda ainda garante que as teorias de que Epstein teria sido assassinado, e não cometido suicídio na prisão, são infundadas.
Diz que, além das investigações da época e o laudo da autópsia, o vídeo da câmera de segurança da área comum da Unidade de Habitação Especial (SHU), onde Epstein estava detido no momento de sua morte, confirma que:
“Desde o momento em que ele foi trancado em sua cela por volta das 22h40 do dia 9 de agosto de 2019 até cerca de 6h30 da manhã seguinte, ninguém entrou em nenhum dos setores da SHU”.
As imagens da câmera da área comum da prisão foram divulgadas em um link junto com o comunicado. Na época da morte de Epstein, um relatório do Departamento de Justiça acusava os funcionários da prisão de não monitorarem direito cela solitária onde o magnata estava; as câmeras do local não estavam funcionando.
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Quem foi Jeffrey Epstein?
Segundo as investigações, o empresário abusou de dezenas de meninas menores de idade no início dos anos 2000. Ele foi preso pelos crimes em 2019, mas tirou a própria vida dentro da prisão um mês após ser detido.
Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008.
Veja nessa reportagem os seguintes pontos:
Como funcionava o esquema de Epstein?
Investigação e prisão
Quais nomes foram revelados?
Documentos divulgados em fevereiro de 2025
Jeffrey Epstein
Jornal Nacional/ Reprodução
Como funcionava o esquema?
Segundo a acusação, entre 2002 e 2005, Epstein pagava em dinheiro para que meninas fossem até imóveis dele e realizassem atos sexuais. As menores também eram contratadas para recrutar outras garotas para a mesma finalidade.
Dezenas de mulheres acusaram Epstein de forçá-las a prestar serviços sexuais a ele e a seus convidados em uma ilha particular no Caribe e nas casas que ele tinha em Nova York, na Flórida e no Novo México.
Segundo o governo dos Estados Unidos, o bilionário explorou sexualmente mais de 250 meninas menores de idade.
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Investigação e prisão
Epstein foi investigado pela primeira vez em 2005, após a polícia de Palm Beach, na Flórida, receber denúncias de abusos sexuais contra garotas menores de idade. Na época, ele alegou que os encontros foram consensuais e que acreditava que as vítimas tinham 18 anos.
Segundo a acusação, o bilionário abusou de menores ou recrutou garotas para atos sexuais entre 2002 e 2005. Em 2008, ele se declarou culpado do crime de exploração de menores e fechou um acordo para cumprir 13 meses de prisão e pagar indenizações às vítimas.
Em fevereiro de 2019, um juiz distrital da Flórida alegou que o acordo era ilegal. Em julho do mesmo ano, ele foi preso e criminalmente acusado por abuso de menores e por operar uma rede de exploração sexual.
À época, promotores federais argumentaram que Epstein deveria permanecer detido até o julgamento. Eles argumentaram que a “riqueza exorbitante” do empresário, além da posse de aviões privados e os laços internacionais que ele tinha, poderiam facilitar uma fuga.
Epstein foi encontrado morto na prisão em agosto de 2019. A autópsia concluiu que ele tirou a própria vida. Dois dias antes de morrer, o bilionário assinou um testamento deixando um patrimônio avaliado em mais de US$ 577 milhões.
Após a morte do empresário, as acusações contra ele foram retiradas. No entanto, os procuradores afirmaram que poderiam acusar outras pessoas envolvidas no esquema. Advogados das vítimas também prometeram buscar indenização nos tribunais.
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Quais nomes foram revelados?
O ex-presidente Bill Clinton em discurso na convenção democrata, em 21 de agosto de 2024
REUTERS/Kevin Wurm
Em 2024, o caso ganhou novas dimensões após a divulgação de documentos judiciais. À época, descobriu-se que mais de 150 nomes foram citados no processo.
Os arquivos revelados fazem parte de um processo de difamação movido por Virginia Giuffre, principal acusadora de Epstein, contra Ghislaine Maxwell, ex-namorada do bilionário. Ghislaine foi condenada por recrutar meninas menores de idade para a rede de exploração sexual do bilionário.
Entre os nomes citados no caso estão o de Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, e o do príncipe britânico Andrew.
Em depoimento de 2016, uma das vítimas relatou que Epstein mencionou que Clinton “gostava de jovens”. Um porta-voz do ex-presidente confirmou que ele viajou no avião particular de Epstein, mas negou qualquer envolvimento com os “crimes terríveis” do milionário.
Outra testemunha relatou que, em 2001, o príncipe Andrew colocou a mão em seu seio durante um encontro na casa de Epstein em Manhattan. O próprio Andrew negou qualquer envolvimento.
Apesar de não enfrentar acusações criminais, príncipe perdeu a maioria de seus títulos reais. Em 2023, ele fechou um acordo judicial com Virginia Giuffre por uma quantia não revelada e negou envolvimento no caso.
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Nome de Trump nas anotações
Arquivo mostra nome de Donald Trump em registro de voo ligado a Jeffrey Epstein
Reprodução/Departamento de Justiça dos EUA
Os documentos revelados em fevereiro deste ano somam cerca de 200 páginas e revelam registros de voos, uma lista de evidências e outros nomes ligados a Epstein.
Entre os registros de voo, aparecem os nomes de várias pessoas conhecidas, como famosos e empresários, incluindo anotações para “Donald Trump”.
Em duas delas, de maio de 1994, o nome de Trump aparece ao lado do de outras pessoas, como o de Marla Maples, ex-esposa do presidente, e o da filha Tiffany. O registro também mostra as iniciais “JE”, que seriam de “Jeffrey Epstein”, segundo a imprensa americana.
Nunca houve, ao longo das investigações, nenhuma evidência de que o presidente tenha envolvimentos em crimes ligados a Epstein. Inclusive, é de conhecimento público que os dois foram amigos entre as décadas de 1990 e 2000.
Já na lista de provas, por exemplo, estão dezenas de itens apreendidos pelas autoridades durante a investigação, como câmeras, computadores, fotos de mulheres, documentos e mídias eletrônicas.
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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Resumo rápido gerado automaticamente

O Departamento de Justiça dos EUA divulgou um comunicado afirmando que Jeffrey Epstein cometeu suicídio e que uma revisão exaustiva de evidências não encontrou a suposta "lista de clientes" nem indícios de chantagem. A investigação analisou mais de 300 gigabytes de dados, incluindo vídeos e imagens de abuso infantil, confirmando que Epstein prejudicou mais de mil vítimas. Documentos divulgados anteriormente revelaram nomes como Bill Clinton e Donald Trump ligados a Epstein, embora sem evidências de envolvimento em crimes. Epstein, acusado de abusar de menores e operar uma rede de exploração sexual, foi encontrado morto na prisão em 2019.

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