O Exército israelense ampliou suas operações na Cidade de Gaza neste sábado, emitindo novas ordens de evacuação e destruindo mais um prédio residencial. O edifício, descrito como um “arranha-céu” pela AFP, foi demolido após a ordem de evacuação.
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O coronel Avichay Adraee, porta-voz militar, ordenou a evacuação de determinados bairros da Cidade de Gaza, onde vive aproximadamente um milhão de palestinos, segundo a ONU. Os moradores foram instruídos a se deslocarem para Khan Younis, no sul, área designada como “humanitária” e supostamente equipada com infraestrutura para receber os deslocados.
Pouco depois do anúncio da evacuação, o Exército confirmou a destruição de um prédio de grande altura, identificado por testemunhas como Susi, localizado no sudoeste da cidade, precisamente na área sob ordem de evacuação.
Na sexta-feira, as forças israelenses já haviam destruído o segundo prédio mais alto de Gaza, também na Cidade de Gaza. O edifício demolido neste sábado apresentava similaridades com o anterior. Um vídeo do ataque de sexta-feira mostra mísseis atingindo a base do prédio, gerando uma grande nuvem de poeira perto de um campo de tendas de refugiados.
O Exército israelense justificou as destruições, acusando o Hamas de utilizar os edifícios para apoiar atividades terroristas e de se protegerem em infraestruturas civis. A pasta já havia emitido alertas sobre futuros ataques a grandes edifícios residenciais considerados ameaças.
Israel alega controlar 40% da Cidade de Gaza e 75% de toda a Faixa de Gaza, com o objetivo de tomar a cidade, considerada o último bastião do Hamas e possível local de cativeiro dos reféns.
Paralelamente, o presidente americano Donald Trump declarou que os Estados Unidos estão em negociações “muito profundas” com o Hamas. O grupo palestino aceitou em agosto uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito, Estados Unidos e Catar, que previa a libertação gradual de reféns.
O governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, insiste na libertação imediata de todos os reféns, na deposição de armas pelo Hamas e na assunção do controle de segurança da Faixa de Gaza. Estima-se que 25 dos 47 reféns restantes em Gaza estejam mortos.
Moradores de Gaza, como Abdelnaser Muchtaha, de 48 anos, e Basam al Astal, de 52 anos, questionam a segurança das áreas designadas como “humanitárias”. Eles relatam ataques frequentes, falta de infraestrutura adequada e escassez de recursos básicos.
O ataque de 7 de outubro resultou na morte de 1.219 pessoas em Israel, enquanto as represálias israelenses causaram a morte de pelo menos 64.300 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.