Após o ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares iranianas no sábado (21), o Irã declarou que buscará uma resposta. A promessa de retaliação surge em meio a tensões elevadas na região e preocupações sobre um possível conflito em larga escala.
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Em conversa telefônica com o presidente francês, Emmanuel Macron, autoridades iranianas enfatizaram a necessidade de uma resposta à “agressão” americana. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, detalhou o ataque em uma coletiva de imprensa no Pentágono no domingo (22), afirmando que 14 bombas antibunker de 13 toneladas foram utilizadas na operação, batizada de “Martelo da Meia-Noite”. Hegseth alegou que a missão “obliterou as ambições nucleares do Irã” e foi executada de forma “perfeita”.
Especialistas avaliam as possíveis consequências de uma escalada. O professor de Relações Internacionais Oliver Stuenkel, da Fundação Getúlio Vargas, observou que o líder supremo Ali Khamenei enfrenta um dilema crítico: deve retaliar para evitar parecer fraco, mas evitar uma ação que possa levar à destruição do regime. “Ele precisa, de um lado, retaliar para não ser visto como fraco. Mas, por outro lado, não pode retaliar de uma forma que acaba sendo suicida para seu próprio regime, já que ele sabe que o regime não sobreviveria a um confronto direto e prolongado com os Estados Unidos”, afirmou Stuenkel.
O ministro da Saúde do Irã informou que não houve mortes nos bombardeios, apenas feridos, sem especificar o número. As autoridades também declararam não haver sinais de radioatividade nas pessoas que foram encaminhadas para instalações médicas próximas aos locais de enriquecimento de urânio.
Os Estados Unidos elevaram o nível de alerta em suas bases no Oriente Médio após o ataque. O Pentágono mantém cerca de 40 mil militares e funcionários de apoio na região, distribuídos em pelo menos 19 bases. Iraque, Bahrein, Kuwait e Catar são considerados locais particularmente vulneráveis a retaliações. O Iraque abriga 2.500 militares e funcionários terceirizados americanos, enquanto o Bahrein desempenha um papel crucial na segurança do Estreito de Ormuz.