Na esteira do recente conflito entre Irã e Israel, autoridades iranianas intensificaram a repressão interna com uma onda de prisões e execuções de indivíduos suspeitos de colaborarem com agências de inteligência israelenses. A ação surge em meio a alegações de infiltração de agentes israelenses nos serviços de segurança iranianos, o que teria facilitado assassinatos de figuras importantes, como comandantes do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e cientistas nucleares.
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O governo iraniano alega que as medidas são necessárias para garantir a segurança nacional, visando indivíduos suspeitos de espionagem. No entanto, críticos temem que a campanha seja também um pretexto para silenciar a dissidência e aumentar o controle sobre a população.
Durante os 12 dias de conflito, três pessoas foram executadas sob acusação de espionagem. Logo após o cessar-fogo, mais três indivíduos enfrentaram o mesmo destino. Desde então, centenas de prisões foram anunciadas em todo o país, com a televisão estatal transmitindo supostas confissões de detidos que admitiram colaborar com a inteligência israelense.
Grupos de direitos humanos expressam preocupação com a possibilidade de julgamentos injustos e confissões forçadas. O Ministério da Inteligência do Irã afirma estar em uma “batalha implacável” contra redes de inteligência ocidentais e israelenses.
A Fars News Agency, ligada ao IRGC, relatou a prisão de mais de 700 pessoas ligadas a uma “rede de espionagem israelense” desde o início do confronto.
Adicionalmente, iranianos relataram ter recebido mensagens de texto do Ministério da Inteligência alertando sobre a presença de seus números de telefone em páginas de redes sociais relacionadas a Israel, com advertências sobre processos judiciais.
A pressão sobre jornalistas que trabalham para veículos de comunicação em persa no exterior também aumentou. Familiares de jornalistas foram detidos e ameaçados para forçar sua demissão. Ameaças de morte e acusações como “inimizade contra Deus” foram usadas contra jornalistas e seus parentes.
Forças de segurança também detiveram dezenas de ativistas, escritores e artistas, frequentemente sem acusações formais, além de familiares de vítimas dos protestos de 2022.
Durante o conflito, o acesso à internet foi severamente restringido e permanece limitado. A maioria das redes sociais e sites de notícias estão bloqueados, acessíveis apenas por meio de VPNs.
Analistas e ativistas comparam a situação com a década de 1980, quando a oposição foi brutalmente reprimida durante a guerra Irã-Iraque, temendo que a repressão interna se intensifique.