Recentes invasões de terrenos em Campo Grande, ocorridas entre 19 e 22 de junho, concentram-se em áreas de alta vulnerabilidade social e marcadas pela predominância de vazios urbanos. Os bairros Monte Alegre, Tijuca e Sumatra, localizados nas regiões sudoeste e sul da capital, apresentam os maiores índices de vulnerabilidade, de acordo com dados de um levantamento realizado em março do ano passado.
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O estudo, que avaliou renda, habitação, participação em programas sociais e acesso a serviços públicos, indica que a população dessas áreas enfrenta dificuldades no acesso a políticas públicas essenciais. Os dados revelam uma situação precária, onde a assistência social e a garantia de direitos básicos são insuficientes.
Embora a maioria dos domicílios em Campo Grande esteja ocupada (82,9%), o levantamento aponta para um aumento significativo de imóveis vazios. Dos 392.888 domicílios na cidade, 13,6% (53.546 unidades) são construções não ocupadas. O estudo demonstra que, embora a quantidade de imóveis ocupados tenha aumentado, o número de imóveis vazios cresceu em proporção ainda maior.
Os vazios urbanos, problema crônico na capital, representavam, em 2016 (dado mais recente), 30,48% do território campo-grandense, sendo 25,74% de área privada e 4,74% de área pública. Dos três locais invadidos na última semana, um era em área particular e dois em terreno da prefeitura.
As regiões de Anhanduizinho e Lagoa, onde se encontram os bairros invadidos, apresentam altas taxas de terrenos vazios. No Anhanduizinho, 21,09% dos terrenos privados são baldios, enquanto 9,21% dos terrenos públicos estão na mesma condição. Na área do Lagoa, os índices são de 19,30% e 3,42%, respectivamente. Um levantamento sobre vazios urbanos, apontou que a região do Lagoa concentra grandes loteamentos implantados nas décadas de 1960 e 1970, que ainda não atingiram 50% de ocupação.