Analistas apontam para riscos de novas intervenções e impactos regionais após ação da CIA na Venezuela
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
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Especialistas alertam para o risco de novas intervenções militares dos EUA na América Latina, após a confirmação de ação da CIA na Venezuela.
A recente confirmação de operações da CIA na Venezuela, admitida pelos Estados Unidos, gerou apreensão entre especialistas em relações internacionais. Eles alertam para o risco de que essa ação abra um precedente perigoso, justificando novas intervenções militares diretas de Washington em toda a América Latina.
De acordo com estudiosos, a interferência dos EUA na Venezuela representa uma violação da lei internacional e pode desencadear uma guerra civil em um país vizinho do Brasil. Roberto Goulart Menezes, professor da UnB, classificou o impacto como “catastrófico” para a região, temendo que os EUA transformem a Venezuela em um protetorado.
Ainda segundo as análises, o objetivo principal seria o controle das vastas reservas de petróleo do país, e não o combate ao tráfico de drogas, como alega o governo americano. Em junho de 2023, o ex-presidente Trump admitiu que, se tivesse vencido as eleições de 2020, teria “tomado a Venezuela” para se apossar de todo o petróleo. A professora Camila Vidal, da UFSC, ressalta que a Venezuela não representa uma ameaça aos EUA, mas sim um país com política autônoma e independente.
O delegado Rodolfo Queiroz Laterza, pesquisador de conflitos armados, avalia que as ações contra Caracas podem ser replicadas contra qualquer país latino-americano que contrarie os interesses dos EUA. A vencedora do Nobel da Paz em 2025, Maria Corina Machado, manifestou apoio às ações de Trump contra a Venezuela, dedicando o prêmio ao chefe de Estado dos EUA. Desde 1999, a relação entre Caracas e Washington tem sido conflituosa, marcada por golpes de Estado e sanções econômicas.