A primeira audiência de instrução e julgamento sobre a tentativa de feminicídio ocorrida em 29 de maio deste ano está sendo realizada nesta segunda-feira (18). Marcos Antônio de Souza Vieira, de 59 anos, é acusado de sequestrar e balear sua ex-companheira após a vítima recusar reatar o relacionamento.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
O réu chegou à 2ª Vara do Tribunal do Júri às 14h, acompanhado de seus advogados e agentes penitenciários. Ele acompanhou os depoimentos das testemunhas de acusação, incluindo policiais militares e delegadas que atenderam à ocorrência. O filho da vítima e a própria também prestarão depoimento.
Marcos Antônio responde por seis crimes: tentativa de feminicídio, sequestro, violência psicológica, porte de arma de fogo, desobediência e dano.
Durante os depoimentos, policiais relataram que encontraram a vítima caída ao lado de um posto de combustíveis, consciente e orientada, após ter sido atingida por disparos no peito e no glúteo. Ela relatou que estava sendo perseguida pelo ex-companheiro, que a abordou em frente ao seu condomínio, exibiu uma arma para outra mulher e a forçou a entrar em seu carro. Em seguida, a manteve sob ameaça enquanto circulavam pela cidade.
Os agentes também informaram que, após o crime, houve uma perseguição policial pelas ruas de Campo Grande, durante a qual o suspeito desobedeceu às ordens de parada.
O crime ocorreu em um posto de combustíveis no cruzamento das ruas da Divisão e Santa Quitéria, no Bairro Parati. A vítima, de 46 anos, havia sido sequestrada horas antes do ataque. Imagens de câmeras de segurança mostram a mulher caminhando na rua quando foi surpreendida por Marcos. Ele estaciona o carro e a vítima, ao notar sua presença, tenta mudar de direção. Enquanto caminha, ela olha diversas vezes para trás, mas é seguida pelo acusado. Em determinado momento, ele se aproxima, inicia uma conversa e a convence a entrar no veículo.
Novas imagens registram a mulher entrando em um banheiro do posto de combustíveis em uma tentativa de escapar. Marcos a seguiu. Quando ela correu para fugir, foi perseguida e baleada.
A vítima relatou que, no posto de combustíveis, deixou claro que não voltaria a se relacionar com o acusado. “Ele disse que, como eu não voltaria com ele, não voltaria para lugar nenhum. Que me mataria porque preso ele não queria ir”, relembrou. Segundo ela, Marcos só não atirou mais vezes porque acreditou que ela já estava morta. “Senti ele em cima de mim e me dando o tiro que acertou meu pulmão. Com esse tiro, ele achou que eu tinha morrido”, relatou.