Em meio a crescentes tensões comerciais globais, mais de 50 países buscaram iniciar negociações com os Estados Unidos após a implementação de tarifas abrangentes, conforme declarado por Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, em entrevista à ABC News no domingo. A medida, que inclui alíquotas de pelo menos 10% sobre todas as importações do Brasil, atinge mais de 180 países e regiões, reacendendo o debate sobre protecionismo e seus impactos na economia global.
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Hassett, em sua declaração, buscou atenuar preocupações de que as tarifas seriam uma forma de pressão indireta sobre o banco central para reduzir as taxas de juros. Paralelamente, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em entrevista à NBC News, minimizou a recente queda no mercado de ações, argumentando que não há “nenhuma razão” para prever uma recessão com base nas tarifas implementadas.
As tarifas recíprocas, que entraram em vigor no sábado (5), representam uma mudança drástica na política comercial dos EUA sob a administração Trump. O presidente descreveu a medida como um “Dia da Libertação”, alegando que ela libertaria os EUA de produtos estrangeiros, marcando uma “declaração de independência econômica”. No entanto, essa visão é amplamente contestada por especialistas, que preveem uma série de efeitos negativos tanto para a economia dos EUA quanto para o resto do mundo.
A medida, segundo o governo americano, visa fortalecer a indústria nacional, servir como moeda de barganha em negociações internacionais e reduzir o déficit comercial dos EUA. Contudo, economistas alertam para o potencial inflacionário, a pressão sobre as empresas e o risco de desaquecimento da economia global. “A imposição de tarifas tem potencial inflacionário, já que o custo mais alto de importação deverá encarecer a produção pelas empresas nos EUA”, avaliam especialistas.
Os impactos já se fazem sentir, com quedas nas bolsas de valores e flutuações nas moedas globais. Resta saber se as negociações recém iniciadas poderão mitigar os efeitos adversos e evitar uma escalada ainda maior na guerra comercial, ou se o mundo testemunhará uma nova era de protecionismo com consequências imprevisíveis.
Fonte: http://g1.globo.com