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Geração Z Desafia Regimes e Transforma a Política Asiática: Uma Nova Primavera?

O cenário político de diversas nações asiáticas tem sido palco de transformações notáveis, impulsionadas por uma geração digitalmente nativa. Jovens, munidos de amplo conhecimento tecnológico [...]

O cenário político de diversas nações asiáticas tem sido palco de transformações notáveis, impulsionadas por uma geração digitalmente nativa. Jovens, munidos de amplo conhecimento tecnológico e nascidos entre o final da década de 1990 e o início de 2010, emergem como uma força política influente, confrontando o autoritarismo, a corrupção e a desigualdade econômica através do ativismo de rua.

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A Geração Z na Ásia lidera protestos contra autoritarismo e corrupção, resultando na queda de governos no Nepal, onde manifestantes derrubaram o governo de Khadga Prasad Oli, e em Bangladesh, onde protestos estudantis encerraram o governo de 15 anos de Sheikh Hasina. A Indonésia também enfrentou grandes manifestações contra benefícios de congressistas, levando o governo de Prabowo Subianto a demitir ministros. Especialistas comparam a situação com a Primavera Árabe, destacando o papel das redes sociais na mobilização, conforme Annisa R. Beta da Universidade de Melbourne, e a percepção de corrupção generalizada, segundo Rajat Das Shrestha do Nepal.

No Nepal, a insatisfação popular com a proibição de redes sociais e a corrupção culminou na queda do governo do primeiro-ministro Khadga Prasad Oli na última semana. Manifestantes tomaram as ruas, invadiram edifícios governamentais e incendiaram residências de ministros, resultando na dissolução do Parlamento e na convocação de novas eleições.

A Indonésia também enfrentou protestos em larga escala, motivados pela indignação da população em relação aos benefícios concedidos aos congressistas. O governo do presidente Prabowo Subianto, sob intensa pressão, buscou acalmar os ânimos demitindo ministros e revogando as regalias.

Anteriormente, em 2024, Bangladesh assistiu a protestos massivos liderados por estudantes, que encerraram o governo de 15 anos da primeira-ministra Sheikh Hasina, forçando-a a buscar refúgio na Índia. No Sri Lanka, em 2022, a turbulência econômica desencadeou distúrbios que culminaram na deposição do então presidente Gotabaya Rajapaksa.

Especialistas traçam paralelos entre a atual situação na Ásia e a Primavera Árabe, movimento que, no início da década de 2010, abalou o Oriente Médio e o Norte da África, derrubando governos em países como Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen. O descontentamento generalizado com a corrupção, as dificuldades econômicas e a má governança figuram como pontos em comum entre os dois eventos.

A professora Annisa R. Beta, da Universidade de Melbourne, enfatiza o papel crucial das redes sociais na disseminação do descontentamento e na mobilização de jovens para as manifestações. Segundo ela, o controle centralizado sobre essa geração tornou-se praticamente impossível. O músico Rajat Das Shrestha, figura proeminente do movimento da geração Z no Nepal, acredita que a corrupção e a mentalidade autoritária dos governos são problemas comuns em toda a região. Ele destaca que os eventos em Bangladesh e no Sri Lanka demonstram que governos podem cair quando os jovens se levantam.

Embora as motivações iniciais por trás dos protestos nesses países possam ser semelhantes, cada nação está trilhando seu próprio caminho. O Sri Lanka, por exemplo, conseguiu restaurar a estabilidade política e econômica, enquanto a Indonésia conseguiu preservar seu sistema atual. Já Bangladesh enfrenta um momento delicado, dividido entre reformas abrangentes e eleições democráticas.

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