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Fronteira Cerrado: Ativistas pedem mesma prioridade dada à Amazônia

Ativistas e cientistas defendem que o Cerrado receba a mesma atenção que a Amazônia, dada sua importância para os recursos hídricos do Brasil. [...]

Especialistas alertam para a importância do Cerrado na manutenção dos recursos hídricos do país, equiparando sua relevância à da Amazônia.

Ativistas e cientistas defendem que o Cerrado receba a mesma atenção que a Amazônia, dada sua importância para os recursos hídricos do Brasil.

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Ativistas e cientistas defendem que o Cerrado, crucial para os recursos hídricos do Brasil, receba a mesma prioridade que a Amazônia, especialmente antes da COP30 em Belém. Estudos indicam que o desmatamento no Cerrado, impulsionado pelo agronegócio, já causou uma perda de 27% na vazão mínima de suas principais bacias hidrográficas desde a década de 1970, impactando rios como o São Francisco. O governo federal, através do MMA e ANA, busca alternativas para ampliar a conservação e o controle do desmatamento, enquanto a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) questiona os riscos do desmatamento para a segurança hídrica. Iara Bueno Giacomini, do MMA, destaca a importância de envolver o agronegócio na proteção das águas do Cerrado.

Ativistas, cientistas e ambientalistas estão clamando para que o Cerrado receba a mesma prioridade política que a Floresta Amazônica, especialmente às vésperas da COP30 em Belém. O bioma, conhecido como “berço das águas”, abriga as nascentes de oito das doze bacias hidrográficas do Brasil e é fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas devido ao seu potencial de armazenamento de água.

Estima-se que 40% da água potável do país tenha origem no Cerrado. O desmatamento, impulsionado pelo agronegócio, contribui para a redução das vazões, já que a vegetação nativa é essencial para abastecer os lençóis freáticos. O Cerrado, também conhecido como “floresta invertida”, possui raízes profundas que levam a água da chuva aos aquíferos subterrâneos.

Impactos do Desmatamento

Um estudo recente analisou as seis principais bacias hidrográficas do Cerrado e constatou uma perda de 27% da vazão mínima em comparação com a década de 1970, o equivalente a 30 piscinas olímpicas de água a cada minuto. A vazão do Rio São Francisco, vital para o Nordeste, caiu pela metade desde então, com 90% de suas nascentes no Cerrado.

A queda da vazão é atribuída tanto ao desmatamento quanto às mudanças climáticas. O geólogo Yuri Salmona alerta que o Cerrado pode perder mais um terço de suas águas até 2050, afetando outros biomas e a produção de energia.

A Agência Nacional de Águas (ANA) prevê uma possível redução de até 40% na vazão dos rios nos próximos 15 anos.

Enquanto o Código Florestal limita o desmatamento na Amazônia a 20%, no Cerrado esse limite pode chegar a 80% das áreas privadas. O governo federal reconhece que o desmatamento do Cerrado coloca em risco a segurança hídrica do país e busca alternativas para ampliar a conservação e o controle do desmatamento, como o projeto Ecoinvest e a criação de incentivos tributários.

A diretora do Departamento de Recursos Hídricos do MMA, Iara Bueno Giacomini, destaca a importância de envolver o agronegócio na proteção das águas do Cerrado e a necessidade de políticas para beneficiar a preservação voluntária da vegetação nativa. O governo trabalha para regulamentar Áreas Prioritárias para Conservação de Águas do Cerrado (APCACs).

Enquanto isso, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) questiona estudos sobre os riscos do desmatamento para a segurança hídrica e a Aprosoja argumenta que a soja, principal lavoura do Cerrado, contribui para a infiltração da água no solo e que a maior parte do cultivo não depende de irrigação.

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