O dólar comercial apresentou recuo frente ao real nesta segunda-feira, revertendo a trajetória de alta observada em pregões anteriores. Às 9h39, a moeda americana registrava queda de 0,6%, cotada a R$5,6861 para venda. No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento mais próximo operava em baixa de 0,85%, atingindo R$5,719.
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A desvalorização do dólar ocorre em um contexto de fragilidade da moeda no cenário internacional, com perdas em relação a divisas fortes como o euro e o iene, e também ante moedas de países emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno.
Investidores demonstram aversão a ativos dos Estados Unidos, em reação ao anúncio de Donald Trump sobre a possível duplicação das tarifas sobre aço e alumínio, elevando de 25% para 50%. A medida reacende o receio de que a política tarifária do governo americano possa conduzir a economia do país a uma recessão, além de acelerar a inflação.
Adicionalmente, a escalada nas tensões entre EUA e China, com acusações de Trump sobre o descumprimento de acordos comerciais por parte de Pequim, contribui para a instabilidade no mercado. Em resposta, o Ministério do Comércio chinês classificou as acusações como “infundadas” e prometeu defender seus interesses.
O movimento de queda do dólar também acompanha a valorização de moedas de países emergentes, impulsionada pela alta de mais de 4% nos preços do petróleo. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas, registrava queda de 0,57%, atingindo 98,792 pontos.
Os agentes do mercado aguardam o discurso do chair do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em uma conferência às 14h. No âmbito doméstico, o foco permanece sobre as discussões envolvendo o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), enquanto o governo e o Congresso buscam uma solução. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que espera solucionar as mudanças no IOF nesta semana, juntamente com medidas estruturais para equilibrar as contas fiscais do país. Após o fechamento do mercado, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participará de um debate sobre a conjuntura econômica brasileira, às 18h30.