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Documentário revela as complexidades da devolução de crianças adotadas

Um novo documentário mergulha no delicado tema da devolução de crianças adotadas, revelando os desafios enfrentados por famílias e os profundos impactos emocionais nas crianças. [...]

Produção cinematográfica 'E se você não me quiser?' explora as dificuldades enfrentadas por crianças e famílias, além dos impactos psicológicos e a necessidade de um sistema de suporte robusto.

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O documentário "E se você não me quiser?", com lançamento previsto para 2026 e filmagens no Rio de Janeiro e Curitiba, explora a complexidade da devolução de crianças adotadas, como os casos de Bruno e Pedro. A produção de Ana Azevedo aborda os desafios enfrentados por famílias e os impactos emocionais nas crianças, frequentemente traumatizadas por históricos de abuso e negligência. Dados do CNJ revelam que aproximadamente 8,9% das adoções no Brasil são desfeitas, motivadas por diagnósticos psiquiátricos e dificuldades de adaptação, conforme estudo em parceria com a ABJ. O documentário busca destacar a necessidade de um sistema de suporte robusto para crianças e famílias durante todo o processo de adoção.

Um novo documentário mergulha no delicado tema da devolução de crianças adotadas, revelando os desafios enfrentados por famílias e os profundos impactos emocionais nas crianças.

O documentário “E se você não me quiser?”, ainda em fase de produção, aborda o sensível tema da devolução de crianças adotadas, com filmagens iniciadas este mês no Rio de Janeiro e em Curitiba. Com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2026, a obra busca desvendar as complexidades e os desafios de adoções interrompidas. A ideia para o filme surgiu em 2011, quando o produtor Eliton Oliveira se deparou com uma reportagem sobre devoluções de crianças, o que o levou a anos de pesquisa e entrevistas com diversos especialistas, como médicos, psicólogos e advogados.

As filmagens no Rio de Janeiro já revelam histórias marcantes, como a de Bruno, que, após viver nas ruas e em um abrigo, foi adotado e posteriormente devolvido, mas encontrou uma segunda chance. Outro caso é o de Pedro, que, adotado por um casal de mulheres, pediu para ser devolvido devido à idealização da figura paterna, gerando traumas e dificuldades de adaptação. A diretora do documentário, Ana Azevedo, destaca que o processo de adoção é frequentemente retratado de forma parcial. Ela ressalta que as famílias precisam estar muito preparadas para acolher qualquer criança, e a falta dessa preparação pode levar a casos de devolução, causando traumas ainda maiores, especialmente em crianças mais velhas com históricos de abuso e negligência.

A relevância do tema é corroborada por dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que mostram que, no Brasil, aproximadamente nove a cada 100 adoções são desfeitas. Desde 2019, o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento registrou que, das 24.673 crianças e adolescentes adotados, 2.198 (equivalente a 8,9%) foram devolvidos a instituições de acolhimento. Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) classifique a adoção como uma “medida excepcional e irrevogável”, os juizados de infância ocasionalmente autorizam pedidos de devolução. Essa medida visa proteger a criança ou adolescente de maus-tratos, abusos, humilhações ou indiferença na família adotiva, conforme apontado por um estudo de 2024 do CNJ em parceria com a Associação Brasileira de Jurimetria (ABJ).

O diagnóstico, intitulado “Diagnóstico sobre a devolução de crianças e adolescentes em estágio de convivência e adotadas”, detalha as razões por trás dessas devoluções. Entre os fatores citados por famílias que devolveram crianças, destacam-se diagnósticos psiquiátricos, uso contínuo de medicamentos e outras questões psicológicas da criança. Os pais alegam não estarem preparados para lidar com tais situações, o que dificulta a criação de vínculos. O estudo alerta para os impactos devastadores na saúde psicológica e emocional das crianças e adolescentes que passam por uma adoção desfeita, manifestando sentimentos de culpa, tristeza, baixa autoestima, agressividade e dificuldade de vinculação, podendo desenvolver transtornos como depressão e estresse pós-traumático. Dessa forma, o fenômeno reforça a necessidade de uma abordagem mais abrangente no processo de adoção, que inclua não apenas a preparação e o acompanhamento contínuo dos pais adotivos, mas também um sistema de suporte robusto para as crianças em todas as etapas.

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