O Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, desencadeou uma onda de críticas internacionais ao visitar a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, e afirmar ter realizado uma oração no local. A ação, ocorrida no domingo (3), é vista como uma provocação e viola um acordo histórico que proíbe orações judaicas no complexo muçulmano de Al-Aqsa, um dos locais religiosos mais sensíveis de Jerusalém Oriental e ponto central no conflito israelo-palestino.
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Além da polêmica visita, Ben Gvir defendeu a ocupação total da Faixa de Gaza por Israel. A declaração ocorre em um momento em que o governo de Benjamin Netanyahu enfrenta forte pressão global devido à crise humanitária no território palestino, com relatos de fome generalizada.
Em um vídeo gravado no local, Ben Gvir declarou que, assim como é possível exercer a soberania israelense no Monte do Templo, também é possível “conquistar toda a Faixa de Gaza” e “promover a emigração voluntária” da população palestina. O ministro justificou seu posicionamento citando a divulgação de vídeos de reféns israelenses por grupos militantes palestinos.
Apesar da controvérsia gerada, o gabinete de Benjamin Netanyahu afirmou que a política de Israel em relação ao Monte do Templo permanece inalterada, mantendo o status quo.
A atitude de Ben Gvir foi amplamente condenada. A Autoridade Palestina classificou o ato como uma “escalada perigosa”, enquanto Jordânia, Turquia e Arábia Saudita também emitiram críticas severas. O Ministério das Relações Exteriores da Turquia enfatizou que a segurança da Mesquita de Al-Aqsa e a preservação da identidade sagrada de Jerusalém são prioridades regionais e uma responsabilidade em nome da consciência coletiva da humanidade.
Este não é o primeiro incidente envolvendo Ben Gvir na Esplanada das Mesquitas. Em 2023, ele já havia gerado críticas ao visitar o local, embora sem realizar orações públicas.
O complexo da mesquita de Al-Aqsa é sagrado para muçulmanos e judeus. Israel ocupa Jerusalém Oriental desde 1967. Um acordo com a Jordânia, responsável pela guarda do local, permite a visita de não-muçulmanos, mas proíbe orações e rituais religiosos judaicos. Nos últimos anos, esse acordo tem sido frequentemente violado por visitantes judeus nacionalistas.