Crédito Descontrolado: Da Festa Junina ao Shopping, Um Passo Para o Superendividamento

As festas juninas e as vitrines de shoppings podem se tornar armadilhas financeiras para quem já enfrenta dificuldades econômicas. Gastos aparentemente pequenos, como R$ 300 em comidas, bebidas e trajes típicos para um arraiá, podem comprometer ainda mais o orçamento quando pagos com um cartão de crédito já sobrecarregado. A compra por impulso de um calçado novo, mesmo com o salário comprometido, pode ser o gatilho para o descontrole financeiro.

O cartão de crédito, embora útil, exige cautela. A falta de planejamento e o uso excessivo podem levar ao pagamento mínimo da fatura, acúmulo de juros e, consequentemente, ao superendividamento. O aumento contínuo da taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano (última decisão do Copom em 7 de maio de 2025), agrava essa situação, especialmente para quem opta pelo parcelamento ou pelo crédito rotativo.

Diante do aumento do custo de vida, muitos brasileiros estão usando o cartão de crédito como um complemento salarial para pagar contas e suprir necessidades básicas. Essa prática, antes restrita a compras de alto valor, tornou-se um dos principais fatores de inadimplência, representando quase 35% dos casos no país.

Para evitar o superendividamento, a organização financeira é fundamental. É essencial gastar menos do que se ganha, acompanhar gastos e dívidas em aplicativos ou planilhas, e comunicar-se abertamente sobre finanças com familiares. A criação de uma reserva de emergência, mesmo que com pequenas quantias mensais, é outra recomendação importante. O cartão de crédito pode ser um aliado, desde que usado com consciência e planejamento, evitando que se torne um vilão.

Uma oportunidade para renegociar dívidas de cartão de crédito está disponível por meio de um feirão que conta com a participação de 40 bancos e oferece descontos de até 97%. A renegociação pode ser feita online, no ou aplicativo, via WhatsApp, ou presencialmente em agências dos Correios. A ação tem como objetivo auxiliar milhões de famílias brasileiras a se livrarem das dívidas até 30 de junho.