Em meio a uma crise financeira que resultou em um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, os Correios implementaram medidas drásticas para tentar reverter a situação. O diretor de Gestão de Pessoas, Getúlio Marques Ferreira, enfatizou em comunicado interno que a adesão dos funcionários ao plano de corte de gastos é “essencial” para garantir a “viabilidade” da empresa. O objetivo é economizar R$ 1,5 bilhão até o final do ano.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
Entre as propostas apresentadas aos funcionários está a redução da jornada de trabalho, que passaria de 8 horas diárias (44 horas semanais) para 6 horas diárias (34 horas semanais). Essa medida, se aceita pelos empregados, pode resultar em uma diminuição de até 29,4% no salário mensal.
Outra medida polêmica é a suspensão temporária das férias a partir de 1º de junho de 2025, referente ao período aquisitivo de 2024/2025. A diretoria de pessoas informou que passagens já compradas para as férias suspensas podem não ser reembolsadas, exceto em casos de “excepcionalidade” para quem já possuía passagens emitidas ou hospedagem confirmada até 12 de maio de 2025. Funcionários com férias marcadas no período aquisitivo de 2023/2024 não serão afetados.
O plano de recuperação da empresa inclui também a revisão da estrutura dos Correios Sede, com redução de pelo menos 20% do orçamento de funções, o que impacta cargos comissionados. Além disso, prevê o incentivo à transferência de agentes de correios e a convocação para o retorno ao regime de trabalho presencial a partir de 23 de junho de 2025.
Novos formatos de planos de saúde serão lançados, com a expectativa de economizar 30%, e um marketplace próprio está previsto para 2025. Os Correios também buscam captar R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB) para investimentos internos.
A empresa pretende adotar outras medidas de contenção de gastos, como o compartilhamento de unidades operacionais, a venda de imóveis ociosos, a redução de custos com manutenção, a otimização da malha operacional e logística, a revisão de contratos e a reestruturação da rede de atendimento.
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) manifestou preocupação com as medidas, pedindo garantias jurídicas para os funcionários que optarem pela redução de jornada e solicitando a convocação dos aprovados no último concurso público antes da efetivação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV). A Findect também expressou preocupação com o impacto da suspensão das férias na vida dos funcionários.