A Petrobras comunicou, na noite de quinta-feira (7), a aprovação pelo seu conselho de administração do retorno da empresa ao mercado de distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha ou botijão.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
Essa decisão representa uma mudança de estratégia em relação ao governo anterior (2019-2022), durante o qual a Petrobras se desfez desse setor. Em 2020, a companhia vendeu a Liquigás para os grupos privados Copagaz – Distribuidora de Gás S.A. e Nacional Gás Butano Distribuidora.
O comunicado recente da Petrobras não detalha a forma como se dará o retorno ao mercado de distribuição de gás, como por exemplo, se envolverá a venda direta de botijões para consumidores residenciais.
Essa movimentação estratégica ocorre em um contexto de preocupação do governo, principal acionista da estatal, com o preço do gás de cozinha.
No final de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua insatisfação com os preços praticados, mencionando valores que chegavam a R$ 140 para o consumidor final, enquanto a Petrobras vendia o gás a R$ 37.
No governo anterior, a privatização da Liquigás foi justificada pela necessidade de a Petrobras se concentrar na redução de dívidas e na exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas e ultraprofundas.
Na época da venda, a Liquigás atuava em todos os estados brasileiros, possuía 23 centros de operação e uma rede de cerca de 4,8 mil revendedores autorizados. A subsidiária detinha 21,4% do mercado, o que correspondia a um em cada cinco botijões vendidos no país.
A decisão do conselho de administração da Petrobras não mencionou a possibilidade de retorno à venda direta de gasolina nos postos de combustíveis. Anteriormente, a estatal também havia vendido a BR Distribuidora para a Vibra Energia S.A., sob a justificativa de otimizar o portfólio e melhorar a alocação de capital.
Em janeiro de 2024, a Petrobras informou à Vibra que não pretende renovar a licença para uso da marca BR após 2029, abrindo a possibilidade de avaliar novas estratégias de gestão de marca e oportunidades de negócios.
Em maio, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, expressou seu descontentamento com os preços praticados nos postos com a marca BR, lamentando que estivessem vendendo gasolina a preços considerados elevados.
A decisão de retornar à distribuição de gás de cozinha foi anunciada no mesmo dia em que a Petrobras divulgou o balanço do segundo trimestre de 2024, registrando um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões. A empresa também anunciou a distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) para os acionistas.