Investigação revela como líderes do CV usam aplicativos para comunicar punições a moradores de áreas dominadas no Rio.
Investigação no Rio de Janeiro aponta que o Comando Vermelho utiliza aplicativos de mensagens para divulgar punições e comunicar com seus integrantes.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
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Uma investigação no Rio de Janeiro revelou que líderes do Comando Vermelho (CV) utilizam aplicativos de mensagens para se comunicar com integrantes e divulgar punições aplicadas a moradores de áreas dominadas. A megaoperação policial deflagrada na terça-feira (28) teve origem nessa investigação.
Policiais identificaram grupos em mensageiros onde são informadas as penalidades para comportamentos que desagradam as lideranças dos complexos do Alemão e da Penha. Os castigos variam de espancamentos a homicídios.
As mensagens interceptadas mostram como moradores podem se tornar reféns da violência. Em uma das mensagens, há imagens de um homem sendo arrastado pelas ruas, algemado e amordaçado. Durante a tortura, criminosos o obrigaram a delatar membros de uma quadrilha rival. O responsável pelo castigo, Juan Brenos Ramos, conhecido como “BMW”, também faz chamadas de vídeo com outros membros da facção.
Tortura e Controle
Em grupos nos aplicativos, foram encontradas imagens de torturas relacionadas a brigas em bailes funk. O CV adotou a punição de colocar os envolvidos em galões cheios de gelo para evitar confrontos.
Uma publicação mostra uma mulher coberta de gelo, indicando que essa tortura foi escolhida para evitar agressões físicas.
Os aplicativos de mensagem também auxiliam as lideranças do CV a definir a escala da segurança nos pontos de venda de drogas e a determinar os homens armados que irão escoltar os chefes. Os escolhidos são notificados por meio dessas plataformas.
O traficante Edgar Alves de Andrade (Doca) também é citado nas publicações. Ele e outros dois foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por envolvimento com os assassinatos de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, em 2023.
