O governo chinês solicitou ao Japão uma resposta coordenada às tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump. O pedido foi formalizado em uma carta enviada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, ao primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, conforme divulgado pela agência de notícias japonesa Kyodo nesta terça-feira (22).
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
Na segunda-feira (21), a China já havia declarado que retaliaria países que firmassem acordos comerciais com os EUA em detrimento dos seus próprios interesses. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês afirmou que o país se oporá firmemente a qualquer acordo que prejudique a China e tomará contramedidas recíprocas.
Contexto da Disputa Comercial
A escalada da tensão comercial ocorre em meio a relatos de que o governo Trump estaria pressionando nações que buscam reduções ou isenções tarifárias a restringirem o comércio com a China, inclusive com a imposição de sanções monetárias. No início do mês, o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, informou que cerca de 50 países o procuraram para discutir as tarifas adicionais impostas por Trump.
Desde então, diversas negociações bilaterais sobre tarifas têm ocorrido. O Japão, por exemplo, considera aumentar as importações de soja e arroz como parte de suas conversas com os EUA, enquanto a Indonésia planeja aumentar as importações de alimentos e commodities dos EUA e reduzir pedidos de outros países.
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou nas últimas semanas, com o anúncio de tarifas recíprocas. Em abril, Trump detalhou tarifas que variam de 10% a 50% sobre mais de 180 países, incluindo a China, que foi tarifada com uma das maiores taxas, de 34%, somada aos 20% já cobrados anteriormente. Como resposta, a China impôs tarifas extras de 34% sobre as importações americanas.
Os EUA retaliaram, elevando as tarifas sobre produtos chineses para 125%, somadas a uma tarifa de 20% já existente, totalizando 145%. A China respondeu elevando as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
Recentemente, os EUA afirmaram estar dispostos a negociar acordos comerciais com a China, mas enfatizaram que a iniciativa deve partir do país asiático. “O presidente deixou bem claro que está disposto a fazer um acordo com a China, mas a China também precisa querer fazer um acordo com os EUA”, declarou Katherine Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca.
Um comunicado no site oficial da Casa Branca indicou que a China enfrentaria tarifas de até 245% sobre importações para os Estados Unidos, incluindo tarifas recíprocas, tarifas para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos. A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia, equipamento de aviação e voo espacial.
Fonte: g1.globo.com