PUBLICIDADE

Casos de coqueluche crescem mais de 1200% no Brasil, com internações e mortes de crianças

O Brasil enfrenta um alarmante aumento de mais de 1200% nos casos de coqueluche em crianças, resultando em centenas de internações e mortes, segundo o [...]

Observatório de Saúde na Infância aponta disparada da doença, superando registros dos últimos cinco anos e levantando questões sobre a cobertura vacinal.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Resumo rápido gerado automaticamente

O Brasil enfrenta um aumento alarmante de mais de 1200% nos casos de coqueluche em crianças menores de cinco anos, resultando em centenas de internações e mortes, conforme dados do Observatório de Saúde na Infância. Em 2024, foram registrados 2.152 casos, 665 internações e 14 óbitos, superando os cinco anos anteriores, e a situação persiste em 2025. A coordenadora do Observatório, Patrícia Boccolini, destaca a desigualdade na cobertura vacinal como uma das principais causas, apesar de dados nacionais indicarem altas taxas de imunização. Juarez Cunha, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), enfatiza a importância da vacinação de gestantes para proteger os bebês, alertando que a doença apresenta um padrão cíclico.

O Brasil enfrenta um alarmante aumento de mais de 1200% nos casos de coqueluche em crianças, resultando em centenas de internações e mortes, segundo o Observatório de Saúde na Infância.

O Observatório de Saúde na Infância alerta para um aumento superior a 1200% nos casos de coqueluche em crianças pequenas no Brasil, resultando em centenas de internações e mortes. A doença, prevenível por vacina, registrou 2.152 ocorrências em 2024 entre menores de 5 anos, com 665 internações e 14 óbitos, superando a soma dos cinco anos anteriores.
A situação ainda é preocupante neste ano, com 1.148 casos e 577 internações contabilizadas até o mês de agosto de 2025. Os dados, coletados por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), indicam que mais da metade dos casos do ano passado e mais de 80% das internações afetaram crianças com menos de 1 ano de idade.
A coordenadora do Observatório, Patrícia Boccolini, questiona a ocorrência de mortes por uma enfermidade completamente evitável. Ela aponta a retomada dos ciclos naturais da coqueluche no pós-pandemia, a desorganização dos serviços de saúde locais e o aumento da testagem como fatores contribuintes, mas destaca a desigualdade nas coberturas vacinais pelo país como uma das principais vulnerabilidades.
Embora os números nacionais e regionais de vacinação não pareçam tão baixos, com o Ministério da Saúde indicando que mais de 90% dos bebês e 86% das gestantes receberam os imunizantes em 2024, a análise em nível municipal revela grande heterogeneidade. Essa variação significa que alguns polos apresentam altas coberturas, enquanto outros enfrentam desafios significativos para atingir a meta de 95%, conforme explicado pela coordenadora.
A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, exige a vacinação pentavalente para bebês aos 2, 4 e 6 meses, além da imunização de grávidas com a DTPa em todas as gestações para proteger os recém-nascidos. O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, explica a “ciclicidade” da doença, que também foi observada há cerca de dez anos, levando à inclusão da vacinação de gestantes no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Cunha enfatiza que a vacinação da gestante é crucial, pois o bebê só estará totalmente protegido após as três doses da vacina pentavalente, por volta dos seis meses de idade. Ele reforça a necessidade de conscientizar as grávidas sobre a importância de se vacinar para sua própria proteção e a de seus bebês. A quantidade de casos de 2024 se aproxima da de 2015, quando mais de 2.300 ocorrências foram registradas em crianças com menos de cinco anos.
O alerta sobre a coqueluche não se restringe ao Brasil. A Organização Panamericana de Saúde (Opas) informou que, nos primeiros sete meses de 2025, nove países da região das Américas notificaram mais de 18 mil casos e 128 mortes em todas as idades. Patrícia Boccolini finaliza, expressando a esperança de que os números atuais sensibilizem a população, que pode ter perdido o medo da doença devido a um passado de altas coberturas vacinais.

Leia mais

Rolar para cima