A disparada no preço do café tem atraído a atenção de criminosos para as lavouras do Sul de Minas Gerais, onde produtores relatam um aumento significativo nos furtos de grãos diretamente das plantações. A situação gera insegurança e desânimo entre os agricultores, que enfrentam prejuízos financeiros constantes.
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Em Campestre, um homem foi preso em flagrante com sacos de café recém-colhidos. Em Ibiraci, um suspeito de furto de café foi morto após ser espancado em uma propriedade rural. Esses casos ilustram a escalada da criminalidade no campo, levando produtores e associações rurais a investirem em segurança privada, como câmeras de monitoramento e vigilantes.
A cafeicultora de Ilicínea, Alessandra Peloso, relata ter sido vítima de furto três vezes. Em um dos episódios, criminosos levaram máquinas, sacas de café, pneus e produtos agrícolas. A recorrência dos crimes a desanimou, mas ela mantém a esperança de que a polícia resolva o último furto.
Ricardo Schneider, presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG), afirma que a onda de furtos está diretamente ligada à alta dos preços do café, influenciada por fatores climáticos e pela dinâmica da oferta e demanda global. Segundo ele, o mercado global de café registra preços historicamente elevados devido à oferta restrita e à demanda firme, agravada por problemas climáticos no Brasil, Colômbia e Vietnã.
Produtores realizaram uma manifestação em Campestre, exigindo mais segurança no campo. Eles expressaram o medo de serem vítimas e a indignação por perderem o fruto de seu trabalho.
A Polícia Militar informou que tem realizado operações na região para coibir os furtos de café. A Operação Agro-gerais Seguro já resultou em apreensões de armas e prisões. A PM também mantém contato com produtores, sindicatos e associações, oferecendo orientações de segurança.
A Tenente-coronel Bianca Grossi, comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, destacou a importância da instalação de câmeras de segurança com leitura de placas de veículos, cujos dados são integrados a um sistema da PM. A patrulha rural também atua no policiamento rural, mantendo contato direto com os produtores.
Fernando Barbosa, presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas Gerais, informou que associações estão contratando empresas particulares de monitoramento. Ele ressaltou a importância da comunicação entre produtores e forças de segurança.
A Polícia Civil informou que tem atuado na apuração e resolução dos crimes em áreas rurais, com Delegacias Especializadas nessas investigações.