Conflito entre Guarani Kaiowá e produtores rurais se intensifica após ocupação e incêndio em propriedade rural.
Indígenas Guarani Kaiowá invadiram e incendiaram a Fazenda Ipuitã em Caarapó, reacendendo o conflito com produtores rurais da região.
Um incêndio na Fazenda Ipuitã, em Caarapó, reacendeu o conflito entre indígenas Guarani e Kaiowá e produtores rurais da região. A Polícia Militar foi acionada após a ocupação da fazenda, com a comunidade Guyraroká alegando que a ação foi uma resposta à contaminação por agrotóxicos e ao sequestro de uma jovem indígena.
O Sindicato Rural de Caarapó classificou o episódio como um ato de invasão e incêndio criminoso, afirmando que cerca de 50 indígenas armados invadiram a fazenda, expulsaram o caseiro e incendiaram parte da área produtiva. A entidade declarou que acompanha o caso junto às autoridades para que os responsáveis sejam responsabilizados.
Em resposta, a Aty Guasu Guarani e Kaiowá negou qualquer invasão armada, afirmando que houve uma retomada legítima e pacífica de território ancestral. A organização acusou o Sindicato de tentar criminalizar as comunidades indígenas e espalhar desinformação sobre a retomada da Terra Indígena Guyraroká.
A Aty Guasu também repudiou o discurso de ódio e racismo nas redes sociais, exigindo que as autoridades investiguem e responsabilizem os autores. O CIMI (Conselho Indigenista Missionário) afirmou que o conflito começou por volta das 4h da manhã, quando indígenas ocuparam a fazenda e incendiaram parte da área.
Denúncias e Medidas
Segundo o CIMI, o proprietário cultiva até o limite da Terra Indígena Guyraroká, e o uso de agrotóxicos na área motivou diversas denúncias. A CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) já concedeu medida cautelar em favor da comunidade.
O MPI (Ministério dos Povos Indígenas) acompanha a situação e busca soluções eficazes.
