Comunidades de brasileiros nos Estados Unidos estão utilizando grupos de WhatsApp e até drones para se protegerem contra operações de imigração conduzidas pelo governo. As ações ocorrem em resposta à operação Patriot 2.0, focada no Estado de Massachusetts, que abriga uma grande população de imigrantes brasileiros.
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A operação, iniciada em setembro, gerou apreensão e alterou a rotina de milhares de imigrantes. Grupos de WhatsApp, que reúnem milhares de membros, se tornaram ferramentas essenciais para o compartilhamento de informações sobre blitzes, relatos de prisões e alertas sobre a presença de agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).
Mensagens trocadas nesses grupos detalham a localização de agentes, modelos e placas de veículos utilizados em operações, permitindo que imigrantes evitem áreas de risco. O compartilhamento de informações é constante, com relatos surgindo logo nas primeiras horas da manhã, quando agentes se reúnem para iniciar as operações.
Além do compartilhamento de informações, os grupos também servem como espaço para o desabafo de angústias e o compartilhamento de dicas sobre como evitar a detenção. Há relatos de pessoas que “desapareceram” após serem detidas e levadas para outros estados. A comunicação entre os imigrantes se intensificou a tal ponto que alguns sugerem evitar falar português em público e tomar outras precauções para não chamar a atenção das autoridades.
Em um caso, moradores de um condomínio onde vivem muitos brasileiros começaram a usar drones para monitorar a área e identificar a presença de agentes do ICE. As imagens aéreas permitiram que os moradores evitassem sair de casa enquanto carros suspeitos permaneciam estacionados nas proximidades.
Voluntários também se organizam para documentar prisões, oferecer suporte legal e ajudar famílias afetadas pelas detenções. Uma rede de voluntários recebe ligações de imigrantes, verifica informações e acompanha casos de violações de direitos durante abordagens. A linha telefônica foi criada para imigrantes que não sabem inglês ou têm medo de procurar as autoridades locais.
Apesar do monitoramento constante, os imigrantes reconhecem que a estratégia pode não ser totalmente eficaz. A velocidade das ações do ICE dificulta a reação, mas a união da comunidade e o uso de ferramentas como o WhatsApp e os drones oferecem uma forma de resistência e proteção contra as políticas de imigração.