Iniciativa "Belém 4x" busca quadruplicar a produção e o uso de fontes limpas até 2035, com apoio de parceiros internacionais, para reduzir a dependência de fósseis.
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O Brasil lançou a iniciativa "Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis" durante a Pré-COP em Brasília, visando quadruplicar a produção e uso dessas fontes até 2035.
Com o objetivo de impulsionar a transição energética global, o Brasil apresentou, nesta terça-feira (14), em Brasília, durante a Pré-COP, uma proposta ambiciosa para quadruplicar a produção e o consumo de combustíveis sustentáveis até 2035. A iniciativa, batizada de “Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis” ou “Belém 4x”, visa somar esforços internacionais para expandir significativamente o uso de fontes limpas.
O Palácio Itamaraty informou que o texto está sendo negociado com nações parceiras, como Índia, Itália e Japão, e sua publicação é esperada para os próximos dias. A expectativa é que a proposta obtenha o endosso de chefes de Estado e de governo em 6 e 7 de novembro, durante a Cúpula do Clima em Belém, que antecede a COP30.
A meta de quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis encontra respaldo em um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), intitulado Delivering Sustainable Fuels – Pathways to 2035. O documento aponta diversas alternativas, incluindo hidrogênio e seus derivados, biocombustíveis, biogases e combustíveis sintéticos, como caminhos para ampliar a base de utilização dessas energias.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou o papel do Brasil nesse cenário. Segundo a ministra, o país possui todas as condições para contribuir além de suas fronteiras, graças às suas fontes renováveis e diversificadas. Ela ressaltou a importância de um esforço coletivo para aumentar a participação das energias renováveis na matriz energética global, considerando-as cruciais para diminuir a dependência dos combustíveis fósseis. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, reforçou a relevância da meta de multiplicar por quatro os combustíveis sustentáveis, citando o aval da agência especializada em energia mais respeitada.
Esta nova meta se integra a outros compromissos globais estabelecidos anteriormente. Na COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2023, os países aprovaram a meta de triplicar a capacidade global de produzir energia renovável e duplicar a taxa de eficiência energética até 2030. Foi nessa edição que se adotou, pela primeira vez, uma decisão coletiva para transitar “para longe dos combustíveis fósseis”, priorizando fontes limpas como solar, eólica, hidrelétrica, biomassa e geotérmica. A iniciativa brasileira, portanto, representa um passo adicional e concreto nessa direção.
