O Brasil alcançou um marco histórico ao ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como país livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação. A aprovação do novo status sanitário ocorreu durante a 92ª Assembleia da OMSA, em Paris. A conquista, inédita para o país, é vista como um divisor de águas para o setor pecuário brasileiro, impulsionando a abertura de novos e exigentes mercados internacionais para a carne bovina.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Resumo rápido gerado automaticamente
Associações do setor comemoram o reconhecimento, destacando o potencial de expansão das exportações brasileiras. Países que antes restringiam a importação de carne de áreas com vacinação contra a aftosa agora podem se tornar novos parceiros comerciais do Brasil.
A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) classificou o momento como “histórico”, ressaltando décadas de investimentos em vacinação e controles sanitários nos rebanhos. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) complementou que a nova certificação coloca o país em um “novo patamar no comércio internacional”, facilitando o acesso a mercados como o japonês.
A Abiec informou que países como Filipinas e Indonésia já demonstraram interesse em importar miúdos bovinos, com base no novo status sanitário brasileiro. A entidade ressalta ainda a necessidade de renegociação de certificados sanitários internacionais.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que o reconhecimento pode trazer redução de custos para produtores e estados, além de uma possível melhor remuneração aos pecuaristas, devido ao maior valor pago por alguns mercados, como o japonês.
A febre aftosa é uma doença infecciosa que afeta animais de casco fendido, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos, causando febre e vesículas na boca e nos pés. A rápida disseminação da doença exige o sacrifício de animais em áreas afetadas para evitar a propagação, além de restrições comerciais. O último foco de febre aftosa no Brasil foi registrado em 2006.