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BC autoriza reforço de capital em empresas ligadas ao Banco Master

O Banco Central aprovou um aumento de R$ 840 milhões no capital de instituições ligadas ao Banco Master, um mês após barrar a compra pelo [...]

Decisão do Banco Central visa estabilizar finanças do conglomerado após rejeição de aquisição pelo BRB e investigações sobre modelo de negócios

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O Banco Central autorizou um aumento de capital de R$ 840 milhões em instituições ligadas ao Banco Master, sendo R$ 420 milhões para o Banco Master Múltiplo e R$ 419 milhões para a Will Financeira (Will Bank). A decisão ocorre após o BC vetar a compra do Banco Master pelo BRB, motivada por irregularidades apontadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. O Banco Master vinha sendo investigado devido à sua política agressiva de captação, com rendimentos acima da média do mercado, o que levou o CMN a implementar novas regras para o FGC. Apesar das restrições, o grupo Master manteve seu plano de reforço patrimonial, totalizando R$ 2,84 bilhões em aportes em 2025.

O Banco Central aprovou um aumento de R$ 840 milhões no capital de instituições ligadas ao Banco Master, um mês após barrar a compra pelo BRB. A medida visa estabilizar o grupo.

O Banco Central aprovou nesta segunda-feira (13) um aumento de capital de R$ 840 milhões para duas instituições ligadas ao Banco Master, em um movimento que busca estabilizar as finanças do conglomerado. A decisão ocorre apenas um mês após a autarquia reguladora barrar a aquisição de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), em uma operação avaliada em R$ 2 bilhões.

Do montante total, o Banco Master Múltiplo está autorizado a receber uma injeção de capital de R$ 420 milhões, elevando seu capital social para R$ 1,586 bilhão. Por sua vez, a Will Financeira (Will Bank), braço digital do grupo, terá um aporte de R$ 419 milhões, atingindo um capital social de R$ 789 milhões. Esses valores buscam reforçar a estrutura patrimonial do grupo.

A rejeição da proposta do BRB, ocorrida no início de setembro, previa a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais, conferindo ao banco público do Distrito Federal 58% do capital total do Master. A transação foi vetada após análise regulatória e contestação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, que apontou irregularidades processuais e solicitou a suspensão do negócio.

O Banco Master vinha sendo alvo de desconfiança no mercado devido à sua política de captação agressiva, que oferecia rendimentos significativamente acima da média, chegando a 140% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) em alguns casos, lastreados em ativos de risco como precatórios. Esse modelo de negócios motivou a abertura de investigações pelo Ministério Público e levou o Conselho Monetário Nacional (CMN) a adotar medidas mais rígidas.

Em agosto, o CMN implementou novas regras para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), impondo limites de alavancagem e aumentando as contribuições de bancos com perfil de maior risco. As mudanças, que entrarão em vigor em junho de 2026, foram justificadas pelo Banco Central como uma forma de reduzir o “risco moral”, evitando que instituições assumam riscos excessivos por contarem com a proteção do FGC.

Mesmo diante desse cenário adverso e das restrições impostas à aquisição pelo BRB, o grupo Master manteve seu plano de reforço patrimonial. Somados aos dois aumentos de capital anteriores, de R$ 1 bilhão cada um, realizados ao longo do ano, o montante total injetado em 2025 atinge R$ 2,84 bilhões. A aprovação do BC, portanto, sinaliza que o grupo Master pode continuar a operar, desde que com capital próprio reforçado e sob regras prudenciais mais rigorosas. O Will Bank, por sua vez, permanece listado como ativo à venda.

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