O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, declarou neste domingo que os Estados Unidos “cruzaram uma linha vermelha” ao atacar instalações nucleares iranianas. A declaração contundente foi feita durante uma coletiva de imprensa em Istambul, onde Araqchi classificou os ataques como uma “grave violação da Carta da ONU e do direito internacional”.
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A ofensiva dos EUA, ocorrida no sábado, teve como alvo três centros nucleares: Fordow, Natanz e Isfahan. O presidente americano confirmou o ataque, afirmando que as instalações foram “completamente destruídas” em uma operação de alta precisão. O Irã reconheceu o ataque, prometendo uma resposta baseada no direito de defesa nacional.
Ainda durante a coletiva, Araqchi informou que Teerã convocou o Conselho de Segurança da ONU para uma reunião de emergência e apelou ao Conselho de Governadores da Internacional de Energia Atômica (AIEA) para que condene formalmente os bombardeios. “Eles traíram a diplomacia, traíram as negociações”, declarou o chanceler, enfatizando que o Irã “reserva todas as opções” para proteger sua soberania e segurança nacional.
Em meio à escalada de tensões, Araqchi anunciou que se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou. Durante a coletiva, evitou detalhar qualquer retomada do diálogo com o Ocidente, afirmando: “Aguardem nossa resposta primeiro. Quando a agressão terminar, depois poderemos decidir sobre a diplomacia.”
Questionado sobre um possível fechamento do Estreito de Ormuz, rota crucial para o transporte global de petróleo, o chanceler indicou que “uma variedade de opções está disponível para o Irã”. Ele também informou que as Forças Armadas iranianas estão em estado de alerta máximo.
A entrada dos EUA no conflito representa uma escalada significativa após ataques israelenses a alvos nucleares iranianos. O Irã retaliou com mísseis contra cidades israelenses, resultando em um saldo de mais de 240 mortos e milhares de feridos.
Especialistas apontam que a ofensiva americana causa um duro golpe ao programa nuclear iraniano, com as instalações atingidas necessitando de bombas de alta penetração devido às suas estruturas subterrâneas.