Evento preparatório para a COP30 destaca a urgência de implementar o Acordo de Paris e fortalecer o multilateralismo.
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A Pré-COP, evento preparatório para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), começou em Brasília com 67 países, focando na implementação de ações globais.
Negociadores de 67 países iniciaram a Pré-COP nesta segunda-feira (13) em Brasília, evento crucial para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Durante a cerimônia de abertura, representantes dos quatro círculos de liderança apresentaram importantes contribuições, visando orientar os debates sobre os desafios da agenda climática global.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, ao abrir a rodada de discursos, enfatizou a necessidade de um esforço conjunto entre as nações para acelerar a implementação das ações climáticas. Ele convocou todos a transformar a preocupação ambiental e o “amor ao próximo” em iniciativas concretas, beneficiando a comunidade internacional e as futuras gerações. Alckmin ainda propôs que as delegações concentrem seus esforços em três pilares: o fortalecimento do multilateralismo, a conexão do regime climático com a realidade das pessoas e a aceleração da execução do Acordo de Paris. Complementando essa visão, Simon Stiell, secretário executivo da Convenção do Clima (UNFCCC), reiterou a importância da união entre os países, superando posições políticas e pressões específicas em prol da humanidade.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, líder do Círculo dos Povos da COP30, destacou os avanços significativos na inclusão dos povos indígenas no processo de negociação climática. Ela expressou a expectativa de que mais de 3 mil indígenas participarão da Aldeia COP, garantindo uma representação histórica na Zona Azul, onde ocorrem as negociações. Esse aumento da participação visa reforçar mensagens centrais, como o reconhecimento dos territórios indígenas como política climática e o financiamento direto para esses povos, promovendo seu protagonismo nas ações climáticas. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, liderando o Balanço Ético Global, revelou que este círculo realizou seis diálogos regionais em diversos continentes, além de 56 diálogos que abrangeram 15 países e 20 nacionalidades, reunindo mais de 3,7 mil pessoas para reflexões éticas sobre as decisões políticas e a implementação climática.
Laurent Fabius, que presidiu a COP21 em Paris e lidera o Círculo de Presidentes da COP, trouxe um balanço da etapa de mobilização, apontando quatro caminhos inspirados em palavras que começam com a letra ‘i’: inspiração, implementação, inclusão e inovação. Segundo ele, a inspiração no Acordo de Paris guiará a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e do Balanço Global (GST), buscando um planeta carbono zero de forma inclusiva, com maior participação de povos indígenas, afrodescendentes, comunidades tradicionais, autoridades políticas, setor empresarial e organizações sociais, tudo impulsionado por inovações.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, responsável pelo Círculo dos Ministros das Finanças, ressaltou a continuidade dos debates para ampliar o financiamento climático em países em desenvolvimento. Cinco prioridades foram identificadas: aumento dos fluxos de financiamento e fundos climáticos, reforma de bancos multilaterais de desenvolvimento, elevação da capacidade doméstica de investimentos sustentáveis, inovações para mobilizar o setor privado e aprimoramento do marco regulatório do financiamento climático global. Como resposta a essas prioridades, iniciativas como o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre e a criação de uma coalizão para integração dos Mercados de Carbono foram propostas. Um relatório final, que será apresentado em Washington e discutido em São Paulo em novembro, será entregue ao Presidente da COP em Belém, com uma meta de 1,3 trilhão de dólares para o “Mapa do Caminho de Baku a Belém”.
Marina Silva, ao concluir a apresentação de seu círculo, reforçou a ideia de “mutirão” proposta pela presidência da COP30 como a ferramenta mais eficaz para concretizar os acordos multilaterais já alcançados. Ela expressou a esperança de que o Balanço Ético Global e os demais círculos contribuam para que a COP30 se torne um marco referencial fundamental, ajudando a evitar pontos de não retorno tanto para o clima quanto para o multilateralismo climático.